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Venda do Novo Banco pode ser adiada para depois das eleições

11 set, 2015

Oferta final da chinesa Fosun prevê encaixe de apenas 1,5 mil milhões de euros, metade da fasquia mínima pretendida pelo Banco de Portugal. Lesados do BES admitem que atrasos na venda do banco pode atrasar a solução dos seus problemas.

Venda do Novo Banco pode ser adiada para depois das eleições

A venda do Novo Banco deve ser adiada para depois das eleições. A notícia é avançada pelo “Diário Económico”, que cita fontes próximas ao processo.

“O Governo e o Banco de Portugal (BdP) consideram que as ofertas de compra da instituição estão muito abaixo do desejado e não pretendem avançar com a venda ao desbarato”, explica o jornal.

A oferta final da chinesa Fosun prevê um encaixe líquido para o Fundo de Resolução de apenas 1,5 mil milhões de euros, metade da fasquia mínima pretendida pelo BdP, acrescenta ainda o DE.

Um dos membros da associação que representa os lesados do BES, Ricardo Seabra, diz à Renascença que não fica surpreendido por esta decisão.

“Nós estamos cientes que o banco só será bem vendido quando forem resolver o problema aos seus clientes. Um banco não tem credibilidade, não atrai depósitos, não atrai confiança enquanto um banco retiver as poupanças dos seus clientes, enquanto um banco se servir dessas poupanças para aumentar os rácios para numa tentativa frustrada tentar vender aquilo que vale pouco", explica, admitindo, no entanto, que este impasse vai adiar a resolução dos problemas dos lesados do papel comercial.

"Atrasa a nossa solução mas nós estamos fortes, estamos muito bem organizados, continuaremos os nossos protestos durante o tempo que for necessário até reaver o nosso dinheiro”, garante.

A 3 de Agosto do ano passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado 'banco mau' (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição, que foi designado Novo Banco.

No início do mês, o Banco de Portugal anunciou que terminou sem acordo o período de negociação com o potencial comprador do Novo Banco, apontado pela imprensa como sendo a chinesa Anbang.

O supervisor iria agora negociar com o outro concorrente chinês, a Fosun, mantendo-se ainda uma terceira proposta vinculativa válida, a dos norte-americanos da Apollo.

[notícia actualizada às 11h29]