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Marcelo considera "irrealista" que Portugal beneficie de condições gregas

09 dez, 2012

Antigo líder do PSD considerou ainda "absurdos" os apelos a Cavaco para que seja mais interventivo, adiantando que apenas servem para provocar um desgaste político. 

Marcelo considera "irrealista" que Portugal beneficie de condições gregas
Marcelo Rebelo de Sousa considerou no sábado que é "irrealista" Portugal vir a beneficiar de medidas semelhantes às concedidas à Grécia no âmbito da ajuda externa.

"Acho que é irrealista para o imediato darem aquelas ou outras condições a Portugal. O que foi feito para a Grécia foi feito pelos alemães para ganharem tempo para as eleições alemãs", disse o antigo líder do PSD.

O comentador respondia a perguntas colocadas por jovens da JSD, durante a Universidade Política do PSD/Lisboa, que decorre em Sintra.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que se criou uma expectativa excessiva em relação a esta matéria e que "depois obviamente que a desilusão é enorme". "Compreendo que as pessoas estão desejosas de verem sinais nesses domínios e noutros a curtíssimo prazo, mas confundir os desejos com as realidades foi o que aconteceu", justificou.

Apelos a intervenção de Cavaco desgastam
O antigo líder do PSD considerou ainda "absurdos" os apelos ao Presidente da República para que seja mais interventivo, adiantando que apenas servem para provocar um desgaste político.

"Acho um bocado absurdo os apelos que lhe são feitos para intervir. Acho que há uma certa contradição. Como os apelos de Mário Soares e outros, porque conhecem Cavaco Silva", disse.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que "é pedir a um herbívoro que seja carnívoro ou pedir a um carnívoro que seja herbívoro". "Não faz sentido. Ele tem uma visão de um cargo de determinada maneira e pedem-lhe que faça uma coisa diferente, ao contrário do que pensa. Significa que o pedido que é feito não é para obter resposta, é apenas para provocar um desgaste político ", afirmou.

"É só para criar um lastro através da petição na opinião publica de desgaste do Governo", considerou.