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Disponibilidade da Newshold em adquirir RTP foi "suicídio público"

14 dez, 2012

Conselheiro de Estado Marcelo Rebelo de Sousa considera que a tomada de posição por parte do grupo angolano pode parecer uma forma de pressão sobre o Governo.

O comunicado da empresa angolana Newshold em que manifesta interesse na RTP foi um "suicídio público", afirma Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declarações esta sexta-feira, em Coimbra, à margem da cerimónia de entrega do prémio de jornalismo Adriano Lucas, o conselheiro de Estado considerou que a maneira e o momento como o grupo angolano manifestou o interesse numa eventual privatização liquida, à partida, a hipótese de vir a ganhar.

“Porque não está aberto o concurso, não está tomada nenhuma decisão sobre as regras. Aparecer neste momento um comunicado daqueles significa aparecer fora de tempo e poder ser considerado uma pressão sobre o Governo” , refere o antigo líder do PSD.

“Sabendo nós como o primeiro-ministro, é a minha convicção, é uma pessoa muito isenta e muito independente, a última coisa que um candidato a uma decisão do Governo e do primeiro-ministro deve fazer é tomar uma atitude que possa aparecer como uma forma de pressão sobre ele”, sublinha.

A Newshold anunciou, na quinta-feira, em comunicado, ter "disponibilidade e meios" para avançar para uma eventual privatização da RTP, caso o modelo proposto pelo Governo se revele "um negócio interessante". 

A nota é crítica em relação aos "órgãos de comunicação social, jornalistas e comentadores" em Portugal que, diz a administração do grupo de capitais angolanos, caracterizam a Newshold "como uma empresa 'misteriosa' sobre a qual pouco ou nada se sabe".