Cônsul de Portugal na Bolívia afasta hipótese de expulsão

03 jul, 2013 • Maria João Costa

Parlamento boliviano vai pedir que os diplomatas de Portugal, Itália e França sejam considerados "personae non gratee".

O cônsul de Portugal na capital da Bolívia, La Paz, afasta a hipótese de expulsão do país, por causa do conflito diplomático motivado pela interdição ao avião do presidente boliviano.

Em declarações à Renascença sem querer gravar, George Albuquerque disse não acreditar nessa possibilidade, argumentando que é apenas cônsul honorário.

O diplomata, que aguarda a chegada de Evo Morales ao país, lembra que Portugal é representado na Bolívia pela embaixadora portuguesa acreditada em Lima, no Peru.

Esta quinta-feira, o parlamento boliviano vai pedir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que os diplomatas de Portugal, Itália e França sejam considerados "personae non gratee".

Segundo, o cônsul honorário de Portugal em La Paz, isto poderá levar a que a embaixadora Helena Coutinho seja impedida de entrar na Bolívia.

Em causa está o facto de as autoridades portuguesas não terem autorizado a aterragem para reabastecimento do avião do presidente boliviano Evo Morales, na terça-feira.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português já esclareceu que o sobrevoo do espaço aéreo nacional foi autorizado, tendo-se mantido a interdição de aterragem por considerações técnicas que o Governo não esclareceu.

As razões estarão relacionadas com suspeitas de que estivesse a bordo o norte-americano Edward Snowden, que revelou ao mundo a operação de espionagem em massa levada a cabo pelos Estados Unidos.

A presença de Snowden não se confirmou. Ao que tudo indica, continua em Moscovo, mas a polémica sobre a proibição do voo de Morales está instalada. Em La Paz decorrem várias manifestações frente às representações diplomáticas dos países envolvidos, incluindo Portugal.

O avião de Evo Morales já está a caminho de La Paz.