Emissão Renascença | Ouvir Online

PSD quer saber porque prescreveu o caso Jardim Gonçalves

17 mar, 2014

"São sinais preocupantes relativamente àquela percepção que os portugueses terão da justiça em Portugal", afirma o vice-presidente social-democrata Marco António Costa.

O PSD está disponível para apurar responsabilidades no Parlamento sobre a polémica prescrição de um caso que envolve o ex-presidente do BCP Jardim Gonçalves.

Depois de Pedro Passos Coelho ter dito que a prescrição de coimas de um milhão de euros ao fundador do BCP contribui para o descrédito da justiça, o vice-presidente dos sociais-democratas, Marco António Costa, admite que o PSD possa ter um papel mais activo na procura de esclarecimentos.

“São sinais preocupantes relativamente àquela percepção que os portugueses terão da justiça em Portugal. Portanto, nós subscrevemos, integralmente, todas as preocupações que sejam no sentido de apurar o que se passou”, afirmou esta segunda-feira Marco António Costa.

O vice-presidente social-democrata argumenta que o PSD “foi o primeiro partido, por intermédio do presidente do PSD e primeiro-ministro de Portugal, a dar uma nota pública dessa incompreensão relativamente a esse acontecimento”.

“Estou seguro que na esfera parlamentar tudo também faremos para garantir o apoio às iniciativas que se tornem necessárias para apurar tudo aquilo que se terá passado”, sublinhou Marco António Costa, no final de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, sobre as eleições europeias.

"Tem que haver apuramento de responsabilidades"
Iniciativas como uma eventual comissão parlamentar de inquérito ainda não se conhecem, mas o “caso” Jardim Gonçalves também foi esta segunda-feira objecto de uma conversa entre o líder do PS, António José Seguro, e Cavaco Silva.

Sublinhando a necessidade de a política não se imiscuir na Justiça, o secretário-geral socialista pediu ao Presidente da República que ajude ao apuramento de responsabilidades.

“Nós consideramos que não pode haver em Portugal a percepção de que há uma justiça que protege os poderosos e que há uma justiça para o comum dos portugueses. E quando há um processo tão importante que prescreve, tem que haver apuramento de responsabilidades. É isso que nós procuramos e que hoje expressámos ao Presidente da República”, referiu António José Seguro.