30 jun, 2014 • Daniel Rosário
Durante alguns dias os futuros eurodeputados e os futuros ex-eurodeputados cruzam-se pelos corredores parlamentares, que no entanto já fervilham de actividade.
Amanhã os parlamentares votam o seu novo presidente. Sem surpresa o escolhido deverá ser novamente o socialista alemão Martin Schulz, na sequência de um acordo estabelecido entre o seu grupo e o Partido Popular Europeu (PPE), as duas maiores famílias políticas do hemiciclo.
Schulz contará com o voto dos eleitos do PPE. Em contrapartida, na segunda metade da legislatura, o lugar será ocupado por um parlamentar de centro-direita.
Depois de ter tentado ser presidente da Comissão Europeia ou comissário alemão, Schulz contenta-se assim com a manutenção do cargo anterior.
O desenlace do voto não conterá surpresas, mas o debate garante animação, pois os grupos mais pequenos, excluídos deste entendimento, vão apresentar os seus próprios candidatos.
Haverá pelo menos candidatos da Esquerda Europeia, do grupo dos Verdes e dos Conservadores europeus, que candidatam ao lugar um deputado britânico de origem paquistanesa e de religião muçulmana.
Depois da eleição do presidente segue-se a eleição dos demais cargos institucionais, como as várias vice-presidências. Uma preparação dos próximos cinco anos que se estende à definição das comissões parlamentares.
Estas decisões resultam de intensas negociações entre grupos políticos que podem antecipar o funcionamento do parlamento ao longo da legislatura. Mas o acordo anunciado entre PPE e PSE, a que posteriormente também os liberais se associaram, reduz drasticamente o factor surpresa.
No entanto, os eurodeputados não se vão limitar a arrumar a casa. Quarta-feira, Herman Van Rompuy, Durão Barroso e o Primeiro-ministro grego comparecem perante os deputados para fazer o balanço da Cimeira da semana passada, que estabeleceu as prioridades estratégicas da União até 2019 e que designou Jean-Claude Juncker como próximo presidente da Comissão Europeia.
O chefe do Governo helénico vai aproveitar a ocasião para passar o testemunho da presidência rotativa da União ao seu homólogo italiano, que também estará presente em Estrasburgo.
Roma assume os destinos da União até ao fim do ano e Matteo Renzi vai discutir as suas prioridades com os deputados. A intenção assumida por Itália de encontrar alguma flexibilidade nas regras do Euro vai, certamente, ocupar lugar de destaque nesta discussão e no debate europeu dos próximos meses.