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Afinal, o que é o "heavy metal"?

24 mai, 2012 • Carla Fino

Sonoridade que abre o Rock in Rio-Lisboa tem mais de 40 anos. Para muitos é barulho, mas para outros é a mais fantástica das melodias. Bandas como os Metallica ou os Iron Maiden atravessaram gerações e ainda enchem estádios e pavilhões.

Afinal, o que é o "heavy metal"?
O “Rock in Rio” está aí para mais cinco dias de festa. No Parque da Bela Vista, em Lisboa, está tudo a postos para receber o maior evento musical do ano. Esta sexta-feira é o primeiro dia de festival, que abre cadenciado pelo "heavy metal", um género musical que ainda é incompreendido, mas que tem muita história para contar. 

Com mais de 40 anos, é uma sonoridade que divide: há quem diga que é apenas barulho, há quem não viva sem os sons mais pesados. Mas, afinal, o que é o "heavy metal"?

“É uma sonoridade que teve a sua origem nos finais da década de 60, ou seja, o Eric Clapton, que todas a gente conhece, fez parte de um grupo que eram os Cream”, começa por explicar à Renascença o locutor António Freitas, que é um conhecedor profundo das sonoridades mais pesadas. 

“Aí, começou a ser aplicada já a noção de metal pesado, ou seja, guitarras algo estridentes, em 'feedback', e um bocadinho diferente daquilo que se ouvia, em termos de Beatles, Rolling Stones e Elvis Presley”, acrescenta. 

Depois, prossegue António Freitas, “surgiram os grandes nomes da sonoridade e que fizeram com que houvesse outras vertentes dentro do próprio 'heavy metal', como os Led Zeppelin, os Black Sabbath e os Deep Purple”.

António Freitas, um dos maiores especialistas de "metal" em Portugal, locutor, produtor e DJ, explica a influência desta sonoridade nas novas gerações.

“Há obviamente aquelas pessoas que olham para a sonoridade e vêem as pessoas todas vestidas de preto, de cabelo comprido, ai que horror e tal. Acho que essa mentalidade espelha-se um pouco por aí”, sublinha.

Mas a verdade, diz António Freitas, “é que as pessoas têm tido grandes surpresas” e “acabam por perceber que eles [os metaleiro] afinal são absolutamente normais”.

A excelência dos músicos do metal e o imaginário das suas composições levam os jovens a adoptar uma forma de vida, porque, frisa António Freitas, “como há tanta excelência nos músicos de 'metal', é natural que os adolescentes vejam neles uma fonte, uma referência, uma inspiração e é por isso que querem, eventualmente, começar a tocar guitarra”.

Bandas míticas como os Metallica ou os Iron Maiden atravessaram gerações e ainda enchem estádios e pavilhões. Esta sexta-feira, o “Rock in Rio” abre as suas portas ao som do metal, num dia que fecha precisamente com os Metallica. Pelo meio, há bandas como os Mastodon, descendentes privilegiados das melhoras gerações de "metal".