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"Chefias tóxicas" promovem aumento do stress

07 mai, 2014

Psicóloga Sandra Gonçalves Monteiro explica, no programa “Trabalho sem Fronteiras" desta semana, o conceito e os efeitos negativos que podem gerar numa organização.

O stress nos locais de trabalho está a aumentar, mas também já há cada vez mais empresas que procuram ajuda para resolver os problemas que os seus colaboradores enfrentam e que que têm impacto nas equipas e na produtividade.

Um dos principais problemas são as chamadas “chefias tóxicas”. No espaço “Trabalho sem Fronteiras”, no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus, a psicóloga Sandra Gonçalves Monteiro explica o conceito e os efeitos negativos que podem gerar numa organização.

As “chefias tóxicas”, diz Sandra Gonçalves Monteiro, contaminam o ambiente, não promovem o bem-estar, não ajudam as equipas a melhorar o desempenho e não conseguem fomentar criar boas relações.

Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer nesta área mas a especialista da outCOme, única empresa que se assume como especializada em programas de gestão de incidentes críticos na área do trabalho, espera que a campanha europeia que vai ser lançada esta quinta-feira, em Lisboa, para estar no terrenos nos próximos dois anos, ajude a mudar mentalidades.

Por enquanto, as empresas portuguesas só procuram apoio especializado em situações limite e elas acontecem cada vez mais: assaltos, raptos ou sequestros; acidentes de trabalho ou mortes no local de trabalho, doenças crónicas. Até a transferência profissional para um país com cultura diferente pode transformar-se numa situação de stress grave se as pessoas não tiverem apoio prévio.

Por enquanto, ainda há poucos estudos que revelem os ganhos para as empresas do investimento na prevenção da saúde mental dos seus colaboradores, mas os que existem, diz Sandra Gonçalves Monteiro, já mostram resultados positivos da intervenção especializada.
 
A psicóloga da outCOme alerta que as empresas são diferentes e os riscos também. É preciso que sejam avaliados e que se faça um plano para apoiar as equipas e os gestores. Mas sublinha que a saúde mental é tanto ou mais importante que a saúde física – já alvo de legislação e de práticas de prevenção - e tem impacto no desempenho dos trabalhadores e na produtividade da empresa, diz Sandra Gonçalves Monteiro.

Insatisfeitos com condições de trabalho
A reportagem do “Trabalho sem Fronteiras” desta semana abordou ainda os resultados do Eurobarómetro sobre as condições de trabalho na União Europeia e  a sua evolução nos últimos cinco anos.

Mais de metade dos trabalhadores europeus não se queixa, mas considera que a situação  deteriorou-se desde o início da crise. Mas mais dos 60% dos inquiridos portugueses estão insatisfeitos com as condições gerais, mas poucos se queixam  dos horários de trabalho ou da conciliação da vida familiar e profissional.

Movimentos repetitivos, lesões musculo-esqueléticas, exposição ao ruído ou vibrações são as maiores preocupações dos portugueses no que toca à higiene, segurança e saúde nos locais de trabalho. Mas para metade dos inquiridos no Eurobarómetro – portugueses ou europeus – o principal problema é o stress.

O programa "Trabalho sem Fronteiras" é uma colaboração da Renascença com a Euranet Plus, rede europeia de rádios.

[notícia corrigida às 23h20 de sexta-feira. Onde se lia "única empresa nacional especializada na gestão de stress e riscos psicossociais", passa a ler-se "única empresa que se assume como especializada em programas de gestão de incidentes críticos na área do trabalho."]