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Ribeiro Cristóvão

PAG1 - Tolerância zero

29 abr, 2014

O Barcelona tomou posição sobre o assunto colocando-se ao lado do seu atleta, mas foi do próprio Villarreal que partiu a decisão mais contundente.

no domingo, no decorrer do jogo entre o Villarreal e o Barcelona, a contar para o campeonato de Espanha, que os catalães acabariam por vencer por 3-2, ocorreu um acontecimento lamentável que teve Daniel Alves como primeiro e principal protagonista.

Numa altura em que o jogador se deslocou à linha de cabeceira para ali executar um pontapé de canto a favor da sua equipa, foi-lhe atirada, a partir da bancada mais próxima, uma banana, num lamentável acto de racismo infelizmente repetido em muitos estádios de futebol.

Respondendo ao gesto estúpido de um adepto da equipa anfitriã, o lateral-direito do Barcelona, descascou e comeu essa banana, tentando deste modo desvalorizar e ridicularizar aquilo que pretendeu ser uma ofensa a si dirigida. De imediato, o jogador brasileiro viu-se apoiado pelos mais variados actos de solidariedade e de condenação.

Começou nos seus colegas de equipa e chegou até ao próprio Presidente da FIFA, para quem gestos como este, tentando fazer vingar o racismo, devem ter simplesmente tolerância zero.

O Barcelona tomou posição sobre o assunto colocando-se ao lado do seu atleta, mas foi do próprio Villarreal que partiu a decisão mais contundente.

Ontem mesmo, a direcção do clube emitiu um comunicado pedindo desculpa a Daniel Alves pelo sucedido e, não menos importante, anunciou que o espectador que feriu de morte as regras da sã convivência foi identificado e já informado de que fica proibido, para toda a vida, de frequentar o estádio El Madrigal, seja em que circunstâncias for.

Louva-se a rapidez com que tudo decorreu na sequência da tão condenável ocorrência de domingo à noite.

Espera-se que este exemplo sirva de lição para outros prevaricadores que todas as semanas se passeiam por muitos estádios de futebol, inclusive em Portugal.