Bailarinos e antigos combatentes juntam-se para fazer teatro
29 abr, 2014
“Curado” junta antigos combatentes da guerra colonial e alunos do Balleteatro na Casa da Música.
Abel Fortuna descobriu uma oportunidade “terapêutica”, Sara Marques está a receber uma “lição de vida”. Antigos combatentes e alunos do Balleteatro sobem ao palco da Casa da Música, no Porto, esta quarta-feira.
A peça chama-se “Curado” e é uma “evocação simbólica” de António Gonçalves Curado, o primeiro português morto na I Guerra Mundial.
O evento assinala o centenário da I Guerra Mundial, mas também “os 40 anos do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial”, disse à Lusa Jorge Prendas, do Serviço Educativo da Casa da Música e director musical da peça.
Para Jorge Prendas, o trabalho conjunto de antigos combatentes, representados pela Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA), e jovens bailarinos é uma oportunidade “para manter viva a memória, já que muitos bailarinos nunca tinham ouvido falar da guerra colonial”.
Medo da morte do companheiro Abel Fortuna, antigo combatente da guerra colonial, destaca o facto de a peça “tratar a guerra colonial de uma forma diferente daquela que tem sido habitual, de forma positiva”.
Na mesma linha, a bailarina Sara Marques disse que esta experiência “tem sido uma lição de vida”.
O que mais impressiona a bailarina é a amizade que nasceu entre os que combateram na guerra. “O principal medo que eles tinham era o da morte do companheiro, de ficarem sozinhos, em vez da própria morte”, destaca.
“Curado” sobe ao palco esta quarta-feira, às 21h00, na sala Suggia da Casa da Música.