“PS está sempre disponível para discutir”

O PS está disposto a debater um pacto de regime que fixe um quadro orçamental plurianual. Esta é a primeira reacção do maior partido da oposição à proposta do governador do Banco de Portugal que defende que a disciplina orçamental deve assentar num quadro orçamental plurianual a médio prazo, que defina de forma clara as restrições que se impõem a quem estiver no governo. Para tal é necessário o consenso dos principais partidos, disse Carlos Costa.

O socialista Eurico Brilhante Dias afirma que o seu partido está disposto a debater, mas considera, desde já, que não tem interlocutor à altura.

“O PS é um grande partido parlamentar, está sempre disponível para discutir. Nós votámos favoravelmente a lei de enquadramento orçamental, nós votámos favoravelmente o tratado fiscal, nós abstivemo-nos no primeiro orçamento, o PS esteve sempre disponível para colaborar e para ter uma posição sempre construtiva. Aquilo que o senhor governador do Banco de Portugal diz consigo perceber, o que não temos é protagonista político no Governo hoje que seja capaz de produzir esse consenso social”, disse.

O Governador do Banco de Portugal defendeu que a seguir ao programa de ajuda externa, a partir de 2014, o nosso país deve criar um Programa Cautelar, uma linha de crédito de reserva associada a um mecanismo de seguro, que pode ser usada para ultrapassar perturbações temporárias no financiamento de mercado. Carlos Costa chama a atenção para efeitos de contágio que resultam de acontecimentos externos à economia portuguesa.

Numa conferência na SEDES, em Lisboa, o Governador admitiu que podem surgir situações de volatilidaide nos mercados que podem afastar os investidores da economia portuguesa. Carlos Costa defendeu que este Programa Cautela vai permitir pôr em prática os mecanismos europeus de intervenção no mercado da divida pública.