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União Europeia afina estratégia para combater alterações climáticas

30 abr, 2013

Ideia é estabelecer planos de acção ao nível dos 27 Estados-membros para fazer face a estas alterações que afectam pessoas e bens. Fundos comunitários vão ser usados para adaptação às alterações do clima.

A União Europeia quer preparar-se ainda melhor para os fenómenos climáticos extremos. Bruxelas assistiu esta segunda-feira a uma apresentação formal da estratégia europeia de adaptação às alterações climáticas. Portugal também tem um documento do género, que permite colocar estas preocupações no planeamento nacional.

Humberto Rosa, antigo secretário de Estado do Ambiente e actual quadro da Direcção-Geral da Acção Climática da Comissão Europeia explica que “actualmente as emissões de gases com efeito estufa continuam a aumentar e os impactos de fenómenos climáticos crescentes batem à porta um pouco por todo o mundo, afectando vidas, pessoas e bens e, como tal, também na União Europeia está na altura de tomar a acção”.

A explicação para uma estratégia a nível europeu, sublinha, justifica-se pelos facto de “haver várias das políticas europeias, de competência comunitária, que são a afectadas pelas alterações climáticas, basta pensarmos na agricultura, no ambiente ou na energia”. Por isso defende, os “vários destes impactos e suas consequências são melhor abordados num contexto transfronteiriço”.

Segundo antigo secretário de Estado do Ambiente, “no fundo, o que a Comissão vem sistematizar e lançar é uma estratégia que define acções concretas sobre o que se pode e deve fazer ao nível da União”.

“Em primeiro lugar, queremos que todo o território da União Europeia venha a estar coberto por estratégias nacionais de adaptação às alterações climáticas”, explicando que “dos 27 Estados-membros actuais, há 15 que já têm essa estratégia, como é o caso de Portugal que aprovou a sua em 2010” e os outros terão de a aprovar.

Humberto Rosa destaca como outro ponto importante nesta estratégia “o uso de 20% dos fundos comunitários para adaptação às alterações climáticas”. “Tencionamos aprofundar também o potencial de uso dos seguros como um estimulador de prevenção e de adaptação” às alterações do clima.

O antigo secretário de Estado do Ambiente vê abertura do sector segurador em incluir este tópico no seu negócio, dado que “tem vindo a ser gasto mais nos seguros em indemnizações, porque há mais impactos climáticos”.