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Bruxelas agrava previsões económicas e avisa que pode ficar pior

03 mai, 2013 • Daniel Rosário, em Bruxelas

São as previsões da Primavera, que apontam para uma taxa de desemprego superior a 18% e um défice de 5,5%. Tudo em linha com as expectativas do Governo. Mas Bruxelas avisa que existe uma forte possibilidade de a situação do país se agravar ainda mais.

Em apenas três meses, a Comissão Europeia agravou as previsões para todos os indicadores económicos relativos a Portugal. A evolução negativa foi antecipada pelo Governo, o que faz com que os números de Bruxelas batam agora certo com os de Lisboa.

O crescimento vai retrair-se este ano em 2,3%, o desemprego sobe para cima de 18%, o défice vai atingir os 5,5% e a dívida chegará aos 123% (é o único indicador que regista um agravamento face aos números do ministro das Finanças, Vítor Gaspar).

Em relação a Portugal, a Comissão acompanha as previsões de Primavera com a ressalva de que, devido aos anúncios esperados por parte do Governo, podem ter de ser novamente actualizadas no decorrer da próxima avaliação do programa de ajustamento.

Por isso, mais do que os números, neste exercício de Bruxelas destacam-se os avisos em relação à forte possibilidade de a situação do país se agravar ainda mais.

Além de ainda esperar pelas medidas que compensem o chumbo do Tribunal Constitucional, a Comissão alerta já para as incertezas sobre a possível incompatibilidade entre os cortes permanentes previstos para a despesa a partir de 2014 e a mais recente decisão dos juízes portugueses.

Em relação ao crescimento da economia, Bruxelas dá como garantida uma revisão em baixa dos -2,3% deste ano, devido ao agravamento do desemprego e à deterioração da situação económica nos países para onde Portugal exporta.

A recuperação continua dependente de desenvolvimentos positivos ao nível comercial e nos mercados financeiros, desenvolvimentos esses que, no entender do executivo comunitário, permanecem frágeis.