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Novo consumidor prefere trocar em vez de gastar dinheiro

04 jun, 2013 • Sandra Afonso

Crise está a provocar uma mudança no comportamento de quem compra, segundo um estudo que contou com a participação de 6.500 pessoas de vários países europeus.

Com a crise está a surgir um novo consumidor mais atento e mais poupado, que prefere trocar serviços e produtos em vez de gastar dinheiro, indica um estudo sobre as tendências de consumo realizado em 12 países europeus, entre eles Portugal.

De acordo com este inquérito, que contou com a participação de 6.500 pessoas, os consumidores procuram cada vez mais alternativas menos dispendiosas e os portugueses não são excepção.

Seis em cada dez europeus admite que não tem verdadeiramente meios para consumir, a maioria reconhece que vai ser obrigada a cortar as despesas nos próximos anos. Por cá, 18% dos inquiridos diz que tem condições para consumir.

Estas estatísticas negras, herdadas pela crise, estão a alimentar novos consumidores. Mais de metade admite recorrer nos próximos anos à entreajuda ou permuta de serviços e produtos. A liderar esta lista estão França, Itália, Hungria e Portugal - 34% dos portugueses já trocam produtos.

Há consumidores dispostos, por exemplo, a partilhar o automóvel ou mesmo a televisão. Cresce também o mercado de ocasião, produtos em desconto por defeito ou porque deixaram de ser produzidos. Com forte adesão está ainda o “faça você mesmo”, a reciclagem e a compra em grupo.

Outra tendência crescente é a venda de objectos pessoais. Portugal está entre os países que menos recorre a esta solução, mas no próximo ano já deverá passar para o pelotão da frente.

Por outros lado, os consumidores mostram-se mais racionais. As viagens são muitas vezes trocadas por produtos mais acessíveis, há ainda equipamentos tecnológicos que só este ano surgem nas intenções de compra, depois do aumento da concorrência ter baixado os preços.

Estes novos consumidores compram menos e mais barato e admitem mesmo pôr o dinheiro de lado em vez de o gastar, concluiu este inquérito realizado em Dezembro de 2012 junto de 6.500 pessoas, em 12 países europeus, entre eles Portugal, uma iniciativa da financeira Observador Cetelem, em parceria com o gabinete de estudos BITE.