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Alunos que não fizeram exame sentem-se injustiçados

17 jun, 2013

Ainda é difícil fazer o balanço da greve dos professores neste primeiro dia de exames nacionais. Fenprof fala em 90%, mas a FNE é mais cautelosa e avalia que “talvez nas zonas urbanas haja maior intensidade de greve do que nas zonas do interior”. Em Braga, a PSP teve de intervir.

Alunos que não fizeram exame sentem-se injustiçados
Entre os alunos que não conseguiram fazer o exame de Português, previsto para esta segunda-feira de manhã, as reacções variam. Em Évora, o sentimento é de injustiça.

Marco Pé-Curto, de 19 anos, relata à Renascença que, depois de semanas a estudar, chegou à Escola Secundária Gabriel Pereira e não pôde realizar a prova. Teresa Sofio confirma que se sente ansiosa.

“Agora, temos de esperar para saber quando vai ficar marcado o exame e ver se não prejudica os outros que temos”, sustenta.

A Secundária Gabriel Pereira de Évora foi a única da cidade onde não se realizou o exame de Português para um número de alunos que varia entre os 60 e os 70.

Estavam marcadas 15 salas e quatro não tiveram professores que garantissem a realização da prova. As restantes foram vigiadas por docentes de outras escolas e pela própria direcção.

Estavam inscritos para o exame 213 alunos.


Poucos exames realizados em Lisboa
A Renascença visitou três escolas da Grande Lisboa esta manhã. Apenas numa de Miraflores foram realizados os exames sem problemas.

Os 73 professores convocados compareceram e estão a acompanhar os exames. A directora escolar confessava que, em primeiro lugar, está o futuro dos jovens, razão pela qual os professores não fizeram hoje greve.

No liceu Camões, onde de manhã esteve também o sindicalista da Fenprof Mário Nogueira, a adesão foi elevada, com apenas cinco das 28 salas de aula preparadas para a realização do exame a fazer a prova.

No Maria Amália Vaz de Carvalho, das 18 salas destinadas a exames só em seis foi possível realizá-los.

Em ambas as escolas, as salas de professores estavam cheias, mas os docentes que compareceram fizeram greve aos exames.

Em Chaves, na Escola Secundária Fernão Magalhães os exames decorreram com normalidade nas sete salas previstas e os professores que responderam à chamada são em número superior ao necessário.

Ainda assim, o director do agrupamento, Fernando Castro, considera que a adesão à greve foi “boa”.

Noutras duas escolas em Chaves, o número de professores que respondeu à chamada também foi superior à necessidade.

No Porto, na secundária Alexandre Herculado, há exames em 17 salas, num total de 286 alunos a realizar a prova de Português.

Mas não é assim em todo o distrito. Na Escola Secundária João Gonçalves Zarco, em Matosinhos, nenhum exame foi realizado.


FNE acredita em maior adesão à greve nas grandes cidades
O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, considera ser cedo para fazer um balanço da greve dos professores a este primeiro dia de exames nacionais, mas avança com uma presunção.

“Diria talvez que nas zonas urbanas há maior intensidade de greve do que nas zonas do interior”, afirma aos jornalistas.

“Temos muitas situações. Há escolas onde os exames decorrem normalmente, outras onde há salas onde não decorrem exames e outras ainda onde nenhum exame decorre. É ainda difícil fazer um balanço quanto à dimensão que a greve está a ter ao nível nacional”, conclui.