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Eanes defende "compromisso de salvação nacional"

16 jul, 2013

Acordo entre os partidos daria mais força a Portugal para renegociar com a "troika", defende antigo Presidente da República.

Eanes defende "compromisso de salvação nacional"

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes defende que um compromisso de salvação nacional daria mais força a Portugal para renegociar com a "troika”, formada por Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.

“Se houver um compromisso de salvação nacional entre os partidos, os partidos e o Presidente têm uma força diferente para negociar e eu julgo que é necessário renegociar [com a troika]”, afirmou Ramalho Eanes, em entrevista à RTP.

Eanes dá o exemplo do presidente francês, François Hollande, que recentemente afirmou “que aceita que lhe digam que reformas deve fazer, mas não aceita que lhe digam como as deve fazer”.

No entanto, o antigo Presidente considera que a proposta de Cavaco Silva, de um processo negocial para um “compromisso de salvação nacional”, foi ousada e de grande risco.

“Esta solução é de grande risco para o Presidente. Se os partidos não chegarem a acordo, o Presidente tem de encontrar uma outra solução. Ainda mão disse qual era, e muito bem, porque se porventura diz qual é a solução, de alguma maneira, está a dizer: não acredito muito neste acordo e tenho já aqui uma solução alternativa”, salientou.

“Eu acho que o Presidente deveria ter feito o que fez. Abriu um processo negocial, não devia estabelecer muitas condições e não devia potenciar a ameaça, porque a proposta do Presidente é uma ameaça, mas é uma ameaça contida. Eu diria que é a ameaça mínima”, referiu Ramalho Eanes.

O antigo Presidente da República garantiu ainda, nesta entrevista à RTP, que não foi sondado para ser mediador na crise política e que se o fosse dizia que não. Eanes considera que tal figura não é necessária nesta altura.

[notícia actualizada às 00h02]