Tensão ultrapassada em Angola. Empresários falam em relações normalizadas

28 nov, 2013

Presidente angolano anunciou a 15 de Outubro a suspensão da "parceria estratégica" entre Luanda e Lisboa.

Os empresários portugueses sentem que as relações com Angola regressaram à normalidade, segundo o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), António Saraiva.

“Diria que as relações voltaram à normalidade e que as empresas não nos têm dado conta de nenhum incidente ou tensão. Sem o formalismo de um comunicado a legitimá-lo, a verdade é que as relações por si voltaram à normalidade e são perfeitamente em fluídas”, disse à Renascença.

O presidente angolano anunciou a 15 de Outubro a suspensão da "parceria estratégica" entre Luanda e Lisboa, dias depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, ter pedido desculpa por declarações polémicas a propósito de investigações do Ministério Público português a responsáveis de Luanda. Mas as palavras de José Eduardo dos Santos também se seguem a uma série de editoriais em que o “Jornal de Angola” dizia que o poder angolano estava a ser alvo de uma campanha em Portugal.

Pouco depois, o ministro da Justiça angolano anunciou o cancelamento da cimeira com Portugal prevista para Fevereiro. Rui Mangueira, contudo, frisou que a cooperação entre os dois países mantém-se.

“As declarações do presidente José Eduardo dos Santos causaram algum incómodo junto dos angolanos e nas relações existentes entre empresas portuguesas, que estão a operar no país, e os seus parceiros angolanos. Mas, neste mês e meio que passou, as relações têm vindo a normalizar”, confirmou.

António Saraiva, contudo, deixa um alerta: a tensão em Moçambique é motivo de desconfiança e de apreensão. Por isso, considera essencial que o Governo moçambicano volte a garantir a confiança que se perdeu no ultimo mês.