Portugal tomou "decisão certa" ao prescindir da "tranche", diz ministro alemão

17 jun, 2014

"Estamos totalmente satisfeitos com Portugal", diz Wolfgang Schäuble, que conversou com Maria Luís Albuquerque em Albufeira. Os dois ministros falaram de política e de... futebol.

Portugal tomou "decisão certa" ao prescindir da "tranche", diz ministro alemão

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, considera que Portugal tomou a "decisão certa" ao abdicar da última 'tranche' do empréstimo da 'troika'.

“Acho que foi a decisão certa. Portugal é que toma as suas decisões, mas concordamos totalmente, já que a alternativa era ter um prolongamento do programa", disse Schäuble aos jornalistas, em Albufeira.

"Estamos totalmente satisfeitos com Portugal. Tem havido notícias de que não, mas são falsas", disse o ministro alemão, depois de uma reunião com a ministra das Finanças de Portugal, Maria Luís Albuquerque, à margem de um encontro de trabalho do Partido Popular Europeu (PPE).

Questionado quando é que Portugal poderia abdicar de medidas de austeridade e avançar com políticas de crescimento de emprego, Schäuble respondeu que "as reformas estruturais e uma política fiscal sólida são duas faces da mesma moeda", admitindo que essa é uma questão que se coloca a "todas as economias".

Finanças e bola
Schäuble gracejou ainda com o resultado do jogo entre as duas selecções na segunda-feira: "Portugal já sofreu muito sob pressão alemã ontem [segunda-feira] à noite" e com os pedidos de comentário às decisões do Tribunal Constitucional.

"Ensinaram-me a não comentar nunca as decisões dos tribunais constitucionais, porque nós também temos na Alemanha um Tribunal Constitucional", disse.

Sobre a reunião com o homólogo alemão, Maria Luís Albuquerque indicou apenas que foi "um encontro normal", onde se falou de actualidade e "um bocadinho de futebol", admitindo ter ficado "mais triste" com a derrota por 4-0 da selecção nacional.

A ministra indicou ainda que falará sobre a decisão de abdicar da última "tranche" do empréstimo na quinta-feira, no encontro do Eurogrupo.

Já Durão Barroso tinha elogiado a decisão portuguesa de prescindir da última "tranche" de mais de dois mil milhões de euros.

A ministra das Finanças anunciou
 na semana passada que o Governo abdicou de "receber o último reembolso do empréstimo" por não querer solicitar "uma nova extensão que reabrisse o programa com a 'troika'".