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Tuberculose e BSE em bovinos à solta em Idanha-a-Nova

07 nov, 2012

Direcção-geral de Veterinária preocupada com risco para a saúde pública e risco de transmissão de doenças infecto-contagiosas. Abate dos animais deverá estar concluído no final do mês.

Os bovinos à solta em Idanha-a-Nova são um risco para a saúde pública porque integram uma manada na qual foram detectadas tuberculose e BSE, conhecida como doença das vacas loucas, disse o director-geral de Alimentação e Veterinária. 
 
"Trata-se de uma manada de animais que está em Idanha desde 2004, completamente não controlada sob o ponto de vista de maneio, cruzada com raças bravas (...), com problemas sanitários que estão relacionados com a tuberculose e com a BSE [encefalopatia espongiforme bovina] ", disse Nuno Vieira e Brito, em Lisboa, onde explicou a intervenção de acantonamento e abate dos bovinos que começou na segunda-feira e termina no fim do mês. 
 
Segundo o responsável, foram identificados "animais positivos à tuberculose" e outros que, após o abate, revelaram BSE. 
 
Apontando a existência de "um risco de saúde pública e um risco de transmissão de doenças infecto-contagiosas", Nuno Vieira e Brito salientou que a situação representa, também, "um problema de segurança para os cidadãos". 
 
O director-geral de Alimentação e Veterinária acrescentou que Idanha-a-Nova "é uma zona problemática", sob o ponto de vista de saúde pública e de doenças infecto-contagiosas, "porque tem níveis de incidência de tuberculose excessivamente superiores ao resto do país". 
 
"Existe uma necessidade de intervenção sanitária evidente", defendeu, adiantando que a operação em curso é a terceira para tentar controlar os animais. 
 
A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária estima que existam 250 animais sem controlo há vários anos naquele concelho, ameaçando propriedades e populações. 
 
Em Setembro, foi encontrado morto um pastor com sinais de ter sido atacado por touros e, no início de Outubro, um caçador foi ferido com gravidade depois da investida de um dos animais sem controlo que entrou numa zona de caça. 
 
Nuno Vieira e Brito adiantou que os animais estão numa área de 2.000 hectares, sendo que a intervenção é faseada - começando com o reconhecimento do território - e conta, além deste organismo, com a operacionalização da GNR e o apoio da Câmara de Idanha-a-Nova e da população. 
 
"É uma intervenção muito delicada, muito difícil, temos que a fazer por obrigação e por necessidade de saúde pública e de segurança", destacou, referindo que será monitorizada. 
 
O director-geral adiantou que os bovinos vão ser recolhidos ao abrigo do Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração.