15 mai, 2013 • Rosário Silva
A situação social das crianças e jovens do concelho de Évora vai ser determinada por um novo sistema de observação, criado em parceria pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e pela Universidade eborense.
É um projecto inovador numa região que assistiu em 2012 a um aumento de 34% das situações de risco na infância e juventude. O abandono escolar, famílias desestruturadas, pobreza e negligência são algumas das situações de risco mais frequentes. É aqui que entra o observatório, que, de forma científica, vai avaliar a realidade concelhia, para diminuir os riscos e aumentar a protecção dos mais novos.
Concluída que está a fase de diagnóstico, o projecto avança para esta nova etapa com o Centro de Investigação em Sociologia e Antropologia da Universidade de Évora a proceder à recolha, tratamento e análise de informação.
Évora "dá um exemplo que deve ser seguido", considera o presidente da Comissão Macional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR), Armando Leandro, até porque nesta altura de crise "temos que estar cada vez mais atentos e promover uma intervenção mais intensiva e integrada das várias entidades responsáveis para prevenir a situação".
"Naturalmente que temos de estar atentos aos problemas, mas a partir da dura realidade, através de um esforço constante, estarmos determinados a mudá-la a favor da criança e da nossa comunidade", diz Armando Leandro.
A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Évora tem actualmente em mãos "uma centena e meia de casos". Segundo o presidente Alexandre Varela, é um volume processual que não é dos maiores comparativamente com outras regiões do país, mas sublinha que é necessário actuar antes para não ter que remediar depois.
O sistema de observação sobre a situação social de crianças e jovens de Évora é o primeiro a nível nacional a conhecer uma fase decisiva para a prevenção de situações de risco na infância e juventude. O trabalho que agora se inicia deve apresentar os primeiros resultados em 2014.