Seguro diz que na "política não vale tudo"

31 mai, 2014

Líder socialista deixa críticas a António Costa.

Seguro diz que na "política não vale tudo"

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António José Seguro, diz que tem sido alvo de uma campanha nos últimos três anos, razão pela qual sente que chegou a altura de se defender.

Em entrevista à TVI, António José Seguro defendeu que na "política não vale tudo" e justificou ter estado em silêncio durante a última semana por causa do seu dever para com a comissão nacional do PS, depois do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, ter manifestado disponibilidade para assumir a liderança do partido.

"Sinto que chegou a altura de me defender porque houve uma campanha ao longo destes três anos em todo o espaço mediático para me fragilizar, a começar pelos analistas, a maior parte deles de direita", acusou o secretário-geral socialista.

Nesse sentido, deixou a garantia que quebrou o silêncio com o objectivo de estar "em todos os lugares" a defender as suas propostas, as ideias do PS e "esta forma diferente de fazer política".

Questionado sobre se ficou magoado com a atitude de António Costa e de outros militantes do PS que apoiam o autarca de Lisboa, Seguro confirmou.

"Como é que um líder de um partido não pode estar magoado quando há um ataque destes ao Partido Socialista? Quando militantes do próprio Partido Socialista enfraquecem o Partido Socialista", questionou.

"Quando o que está em cima da mesa é apenas: sai daí, demite-te para eu ir para lá", acrescentou, sublinhando que está em causa retirar o lugar a um líder democraticamente eleito.

Sublinhou a esse propósito que "ganhar eleições custa muito" e "recuperar a confiança dos portugueses custa muito mais", apontando que o PS ganhou "duas eleições em oito meses".

Sobre a possibilidade do PS vir a ter pessoas diferentes como secretário-geral e como candidato a primeiro-ministro, Seguro foi peremptório ao afirmar que isso não vai acontecer. "Porque eu vou ganhar essas eleições. Vou disputá-las e vou ganhar. Tenho ideias, tenho um projecto, tenho uma equipa e espero merecer a confiança dos portugueses", defendeu.

O líder do PS disse também que olha com "bastante tristeza" para o momento que o partido vive a actualmente, apontando António Costa como culpado e defendendo que "estes jogos de poder eram escusados".

Acusou o autarca de Lisboa de ter usado os resultados das eleições europeias como pretexto para manifestar a sua vontade em ser líder do PS e deixou mais uma vez a garantia de que não tem medo e que não se demite do cargo que agora ocupa.

Em relação à proposta que vai apresentar para a realização de eleições primárias abertas não só a militantes como a simpatizantes do PS para a escolha do candidato ao cargo de primeiro-ministro, Seguro disse que espera que esse processo aconteça o mais rapidamente possível.