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A festa universal

27 jul, 2012

Bom seria que nestes tempos conturbados que assolam o mundo, os Jogos Olímpicos de Londres viessem a proporcionar uma pausa nos conflitos, permitindo recriar um espírito a partir do qual se tornasse possível iniciar a resolução das muitas crises que marcam a actualidade.

A festa universal

A partir de Londres, a tocha olímpica acende-se esta noite para, até ao dia 12 de Agosto, recordar ao mundo inteiro que está em marcha a grande celebração universal do desporto e com ela a união de todos os povos à volta de um ideal proclamado 776 anos antes do nascimento de Cristo e, no crepúsculo do século 19, renovado pelo Barão Pièrre de Coubertain.

Para os Jogos Olímpicos da Era Moderna, Coubertain sonhou um ideal que o tempo viria a demonstrar como irrealizável. Para ele, deveria ser sempre mais importante competir do que vencer, a verdadeira razão da existência de um espírito olímpico transmitido pelos nossos antepassados e que Atenas não desejava ver desaparecer.

Mesmo sem desobedecer às regras impostas pela Carta Olímpica, todos os milhares de atletas dos 204 países que já se encontram na Inglaterra para participarem na 30ª edição dos Jogos estão fixados no grande objectivo de fazer subir ao pódio os mais capazes de obter as melhores marcas, levando para casa o maior número de medalhas e, com elas, a glorificação do mundo inteiro.

Infelizmente, o movimento olímpico também não tem sido capaz de escapar aos dois maiores flagelos que marcam o desporto da actualidade: o doping, e acusações várias de subornos, que têm dado, inclusive, motivos para a expulsão de alguns dos seus mais renomados dirigentes, no decurso dos últimos anos.

Com a delegação da Grécia a abrir o cortejo, para honrar as origens dos Jogos, e depois de um longo desfile de atletas representantes de todos os países participantes, fica acesa a tocha para assim se irá manter até à cerimónia de encerramento, programada para o  dia 12 de Agosto próximo.

Portugal conta com uma farta representação constituída por 77 atletas de diversas modalidades, que partiram de Lisboa sem grandes expectativas na bagagem.

Por cá, devido a lesões de última hora, ficaram alguns dos mais qualificados e capazes de alcançar o pódio, o que torna assim mais difícil a chegada aos lugares de honra.

Bom seria que nestes tempos conturbados que assolam o mundo, os Jogos Olímpicos de Londres viessem a proporcionar uma pausa nos conflitos, permitindo recriar um espírito a partir do qual se tornasse possível iniciar a resolução das muitas crises que marcam a actualidade.