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Redes informáticas do Estado podem estar ameaçadas

10 jan, 2013 • Matilde Torres Pereira e Ricardo Vieira

Centro Nacional de Cibersegurança já devia estar a funcionar, mas foi adiado, numa altura em que "a internet é uma guerra permanente" e os Estados utilizam-na "para aceder a informação útil, de forma legal e de forma ilegal”.

Redes informáticas do Estado podem estar ameaçadas

Portugal não está a cumprir as normas europeias sobre ataques informáticos, nomeadamente no que diz respeito à criação de um Centro Nacional de Cibersegurança (CNC).

Esta espécie de “polícia” da internet devia estar a funcionar desde o início do ano, mas foi adiado para 2016, avança a revista “Exame Informática”.

“Existe dois tipos de segurança: uma delas é uma barreira automatizada nas redes informáticas do Estado e que vai tentando defender-se dos ataques a que é sujeita todos os dias, porque todos os dias há ataques a redes do Estado vindo dos mais variados locais”, começa por explicar o jornalista Hugo Séneca, da “Exame Informática”.

“Outra delas é o nível de segurança criado por equipas que vão vendo ou tapando os buracos que os sistemas de defesa do Estado não conseguem tapar automaticamente. A não existência de um Centro Nacional de Cibersegurança impede que haja uma unidade operacional que vai tapar os vários buracos que vão sendo encontrados nas redes informáticas do Estado”, sublinha.

“Internet é uma guerra permanente”
Actualmente, o Estado recorre a uma entidade privada, o CERT.pt, uma equipa de peritos com actuação limitada, sem poder legal para assumir o controlo de situações de crise que resultam de ciberataques.

Em declarações à Renascença, o jornalista Hugo Séneca alerta que as ameaças são diárias e vêm de todos os lados.

“Isto pode parecer um bocado catastrofista, mas neste momento a internet é uma guerra permanente, os Estados utilizam a internet para aceder a informação útil, de forma legal e de forma ilegal”, refere. 

“Toda a gente sabe que há mecanismos e serviços de espionagem que são accionados para obter informação de outros Estados. Essa informação pode ser a nível militar, mas às vezes nem é de nível tão sensível, às vezes é informação relacionada com propriedade industrial”, sublinha Hugo Séneca.