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Arquitecto Souto Moura premiado por requalificação de mercado de Braga

06 fev, 2013

Mercado do Carandá foi desenhado por Eduardo Souto Moura e acabou por ficar “abafado” entre outros edifícios públicos. No edifício requalificado nasceram escolas de dança e música, lojas e outros espaços culturais.

Arquitecto Souto Moura premiado por requalificação de mercado de Braga
Em entrevista à Renascença, depois de ter vencido o mais importante prémio da arquitectura mundial, Eduardo Souto de Moura diz que o seu grande sonho era conseguir concluir todas as obras que iniciou em Portugal e também construir uma igreja. Perante o Pritzker 2011, o arquitecto confessa que considera este prémio uma boa noticia para um país em crise: "todos os dias há mais um juro, mais um empréstimo, mais uma queda de Governo, mais uma mentira, e hoje aconteceu uma coisa positiva".
O arquitecto Eduardo Souto Moura recebe, esta quarta-feira, um prémio atribuído pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana pela requalificação do antigo Mercado do Carandá, em Braga, e a sua reconversão em equipamento cultural.

O prémio é entregue em Lisboa, numa cerimónia presidida pela ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas.

A intervenção urbanística ficou visualmente marcada pela demolição da pala da cobertura e pela manutenção, em ruína, dos pilares, para perpetuar a memória do antigo mercado.

Desenhado nos anos 80 por Souto Moura, o Mercado do Carandá foi construído no coração de Braga para funcionar como um mercado tradicional, mas, nas palavras do arquitecto, "abafou" no meio de vários outros equipamentos públicos, que foram sendo construídos e do grande crescimento imobiliário registado nas imediações.

A Câmara decidiu, por isso, acabar com o mercado e reconverter o edifício em "mercado cultural". Ali acabaram por ser instaladas uma escola de dança contemporânea e uma escola de música, tal como várias lojas e espaços aproveitados para outros fins culturais.

Numa segunda fase, registou-se a demolição parcial do edifício existente, mantendo apenas alguns dos elementos construtivos, nomeadamente as escadas e alguns pilares.

Foi também construído um novo bloco, em dois pisos, destinado à escola de música, um edifício que se destaca pela grande fachada envidraçada.