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Oliveira e Costa terá representado Rui Machete na SLN

23 set, 2013

Primeiro-ministro mantém confiança “total” no seu ministro e PSD alega que Rui Machete agiu com "transparência na posição que assumiu". BE pede a demissão do ministro.

O actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, terá nomeado Oliveira e Costa como seu representante na Sociedade Lusa de Negócios (SLN), detentora do Banco Nacional de Negócios (BPN).

A notícia é avançada esta segunda-feira pelo “Diário de Notícias”, segundo o qual Rui Machete terá escolhido o antigo presidente do BPN, para o representar numa assembleia de accionistas da SLN em 2007.

O “DN” afirma ter tido acesso à folha de presenças na referida reunião.

Oliveira e Costa foi, em 2008, detido por suspeitas de burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais durante o seu mandato à frente do BPN e no âmbito das alegadas irregularidades que levaram ao colapso e à nacionalização do banco.

No mesmo ano, Rui Machete declarou ao Parlamento nunca ter sido accionista da SLN.

No sábado, o actual chefe da diplomacia portuguesa admitiu ter cometido uma "incorrecção factual", mas garantiu não ter tido qualquer intenção de ocultar a sua participação naquela sociedade.

Em comunicado enviado à Renascença, o ministro indica que a carta que escreveu foi, por sua iniciativa, endereçada ao deputado Luís Fazenda, do Bloco, e não em consequência de quaisquer perguntas que lhe tivessem sido feitas.

Rui Machete lembra ainda que já esclareceu "publicamente as circunstâncias, os valores e as datas" em que comprou e vendeu as acções que tinha na SLN, frisando que não teve "qualquer interesse ou intenção em ocultar" este facto.

Classifica, por isso, de "desproporcionada e despropositada" a iniciativa do Bloco de Esquerda de exigir a sua demissão.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, diz que mantém "totalmente" a confiança no seu ministro.

Ontem, o PSD veio defender o ministro dos Negócios Estrangeiros, considerando que Rui Machete agiu com "transparência na posição que assumiu" sobre as acções da SLN e que o PS passou das marcas ao insinuar "que o Governo recorre à mentira".