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Ano da fé encerra com “chave de ouro”

22 nov, 2013 • Aura Miguel

O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, monsenhor Rino Fisichella, fala da importância de um ano que foi convocado por Bento XVI e fecha sob Francisco.  

Ano da fé encerra com “chave de ouro”
A dois dias do fim do Ano da Fé, a Renascença fala com o responsável do Vaticano pela coordenação desta iniciativa.

Monsenhor Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, realça a importância da encíclica que foi lançada este ano e da exortação apostólica que o Papa apresentará no próximo domingo, considerando que assim se encerra este Ano da Fé com “chave de ouro”.

Como avalia o Ano da Fé
De maneira muito positiva. Devo dizer que em toda a Igreja, espalhada por todo o mundo e em todos os continentes, nas dioceses, paróquias, comunidades religiosas, nos hospitais, casas de saúde e até nas prisões, viveu-se uma experiência do Ano da Fé. Aliás nestes dias recebemos de uma prisão das Filipinas, um sinal tangível que ali também viveram este ano. E depois, também o vivemos aqui em Roma, com tantos eventos que reuniram milhões de pessoas.

Um ano que foi atravessado por dois Papas, também vivemos este acontecimento histórico…
É verdade, começou com o Papa Bento XVI e terminou com o Papa Francisco, mas nisto também há uma grande continuidade, porque o Papa Francisco tinha desejado este Ano da Fé como um momento para restituir aos cristãos o entusiasmo pela fé, para que se tornassem mais conscientes da responsabilidade que têm de anunciar a fé, de a celebrar e testemunhar com a vida; o Papa Francisco também nos indicou a estrada que devemos percorrer, porque nos disse que a fé faz-nos responsáveis pelos outros, por uma cultura do encontro; disse-nos que a porta da fé deve ser atravessada para ir ao encontro dos outros, nos sítios onde vivem, sobretudo nas grandes periferias das nossas cidades, mas também nas grandes periferias existenciais, onde o homem está só, está a sofrer, é marginalizado ou está desorientado.

Um Ano da Fé, também com uma encíclica sobre a fé, a “Lumen Fidei”…
E não só! Neste Ano, o Papa ofereceu-nos dois documentos preciosos: o primeiro é a encíclica sobre a Fé, mas além disso, no Domingo, na conclusão do Ano da Fé, o Papa vai oferecer-nos a Exortação Apostólica sobre a evangelização no mundo contemporâneo e que recolhe também o contributo do sínodo de Outubro passado, sobre a nova evangelização e a transmissão da fé. Por isso, a “Evangelii Gaudium”, que é o título da exortação apostólica, também passa a ser um programa para a Igreja se empenhar depois do Ano da Fé.

Pode-se dizer que assim se encerra com chave de ouro o Ano da Fé?
Sim, mas agora não nos devemos gloriar, como se tudo terminasse. Agora tudo começa! O Ano da Fé foi um empurrão, provocou-nos; fez-nos ver como é belo dar testemunho da fé e vivê-la juntos, com toda a Igreja e de forma comunitária. Agora começa o grande empenho pela evangelização.