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Fraude "online" vale detenção a grupo. Em causa mais de 150 mil euros

15 fev, 2013 • Celso Paiva Sol

Suspeitos apoderavam-se de quantias monetárias de terceiros através da utilização ilícita da banca "online". Operação foi realizada na Grande Lisboa.

A Polícia Judiciária deteve sete pessoas suspeitas de pertencerem a um grupo organizado, que se terá apoderado de mais de 150 mil euros através de um esquema fraudulento na internet.

Os seis homens e uma mulher foram detidos no âmbito da operação "sete mares", realizada nos últimos meses na Grande Lisboa, que envolveu 70 investigadores. Os suspeitos estão indiciados pela prática dos crimes de burla informática, acesso ilegítimo, branqueamento de capitais e associação criminosa.

O esquema é conhecido por “phishing” e neste caso, como em centenas de outros, o perigo chegava através do e-mail. “Quer através de envio de mails que as pessoas recebiam e que uma vez accionados determinados links, o computador ficava infectado e à posteriori eram capturados os seus dados pessoais”, explica à Renascença Carlos Cabreiro.

O responsável da Judiciária pelo combate aos crimes informáticos acrescenta que “actuavam também como a publicidade de ofertas de emprego fictícias” que “depois possibilitava a utilização ilícita da banca online.”

Carlos Cabreiro explica que o grupo, uma vez na posse dos dados suficientes para aceder às contas dos mais imprudentes, transferia todo o dinheiro que pudesse: “Chegámos a encontrar vítimas que o dano ascende a 30 mil euros”.

O dinheiro era ilegalmente transferido para contas de pessoas que, a troco de 10% da verba depositada, aceitavam ajudar a rede a cometer os crimes. Daí até que o dinheiro chegasse ao Brasil, era tudo muito rápido.

“O levantamento fazem-no em dinheiro vivo, utilizando à posteriori transferências de dinheiro, por exemplo, para o Brasil, em que pelo sistema de transferência que aquilo permite será mais difícil seguir o resto do dinheiro”, diz ainda o responsável.

Este é um tipo de burla só possível se os utilizadores da banca online não respeitarem as mais elementares regras de segurança. “Pelo conjunto de alertas que quer as entidades bancárias, quer as autoridades policiais fazem deveriam cair menos vezes”, lamenta Carlos Cabreiro.

O grupo era composto por seis homens e uma mulher, com idades entre os 21 e os 30 anos, residentes na Grande Lisboa. O grupo tem fortes ligações ao Brasil, onde estará o líder.

A investigação da Judiciária tem sete meses e já contabiliza cerca de 30 vítimas, entre particulares e empresas, lesados em 150 mil euros. O “phishing” é um crime que em Portugal está a aumentar a um ritmo de 20% ao ano. Só o ano passado foram abertos 1.300 inquéritos em todo o país, 800 dos quais na área de Lisboa.