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Morreu o líder da extrema-direita espanhola

28 jan, 2014

Piñar foi conselheiro do Movimento Nacional, entidade do regime instituído pelo generalíssimo Francisco Franco, o único canal oficial de participação na vida pública espanhola, e que se orientava pela tríada família, município, sindicato.

O líder histórico da Extrema-Direita espanhola e fundador da Fuerza Nueva, Blas Piñar, de 95 anos, morreu esta terça-feira na sua residência em Madrid, informaram os familiares.

Um filho de Blas Piñar disse à agência noticiosa Efe que o pai faleceu rodeado da família e adiantou que as cerimónias fúnebres serão "estritamente privadas".

A mesma fonte afirmou que, apesar do pai estar doente há vários anos, nada o impediu de continuar activo até á data da morte.

"Continauva a trabalhar perfeitamente, publicando coisas, escrevendo e mantinha-se activo dentro do seu quadro etário, está claro", disse Blas Piñar filho, que referiu que o pai apresentou um livro de poemas na última primavera.

Filho de um militar, Blas Piñar López nasceu em 1918 em Toledo, era catedrático de Direito, membro do Corpo de Notários desde 1949 e por várias vezes procurador das Cortes, durante o regime ditatorial liderado por Francisco Franco, que vigorou em Espanha entre 1936 e finais de 1975.

Piñar foi conselheiro do Movimento Nacional, entidade do regime instituído pelo generalíssimo Francisco Franco, o único canal oficial de participação na vida pública espanhola, e que se orientava pela tríada família, município, sindicato.

Já depois da morte de Francisco Franco, no parlamento, em Junho de 1976, votou contra o Projecto de Lei das Associações Políticas e contra o decreto sobre a Reforma Política, que deram origem à transição democrática.

Em Outubro de 1976 fundou a Fuerza Nueva, da qual sempre foi o reconhecido líder, noticia a Efe.

Nas legislativas espanholas de marco de 1979 foi eleito deputado por Madrid na coligação Unión Nacional e foi nesta qualidade que votou contra os estatutos autonómicos das regiões.

Testemunhou o assalto à câmara de deputados do Parlamento, pelo coronel Antonio Tejero, em fevereiro de 1981.

O político dissolveu a Fuerza Nueva em 1982 e quatro ano depois reconstruiu-a como Frente Nacional; em 1993 assinou com o presidente das Juntas Españolas, Juan Peligro, um documento que deu origem à Frente Nacional Español, da qual foi líder.

Em 2003 criou a Alternativa Nacional e um ano depois refundou-a como Alternativa Española, da qual era presidente de honra e a apresentou às eleições autárquicas de 2011, em 25.º lugar na lista por Toledo.

Foi membro destacado da Acção Católica durante o regime de Franco e até Novembro de 2010 participou sempre nas cerimónias públicas de homenagem ao ditador.

Piñar foi de 1957 a 1962 director do Instituto de Cultura Hispanica, foi membro do Instituto de Estudios Jurídicos, entre outras instituições, como o Centro de Estudios Sociales, Políticos y Económicos, desde a sua criação em 1983.

Entre as várias condecorações que recebeu conta-se a comenda da Ordem de Isabel, a Católica.