Tabaco de enrolar pode trazer mais riscos para a saúde

A crise obrigou os fumadores a mudarem de hábitos e são cada vez mais os que optam por tabaco de enrolar, mas nem sempre é a opção mais saudável. O risco acrescido que o tabaco de enrolar representa para a saúde está na “falta de controlo sobre a dosagem de nicotina e de substâncias consumidas”, alerta pneumologista José Precioso.

A diferença no papel dos cigarros é um dos exemplos apontados pelo também vice-presidente da Associação de Prevenção e Tratamento do Tabagismo de Braga como um dos principais malefícios para a saúde.

Mas a crise tem obrigado a escolher tabaco mais barato. Há pouco mais de um ano que no quiosque de Carlos Fernandes, em Braga, a venda de tabaco de enrolar triplicou. A razão é simples: por metade do preço leva-se para casa o dobro do tabaco.

“Duplicou ou triplicou. Aumentou bastante. A razão é o dinheiro, é mais económico. O tabaco normal custa quatro euros e uma embalagem de 25 gramas dá dois maços”, explica à Renascença Carlos Fernandes.

Motivo que levou o próprio Carlos, também ele fumador, a optar pelo pacote de tabaco e nem a possibilidade de trazer mais malefícios para a saúde o parece convencer do contrário.

“Não sei qual é que faz pior. Uns dizem que é mais natural, outros que nem tanto”, sublinha.

Razões económicas que parecem pesar na hora da compra, sobretudo, na carteira dos jovens, os principais clientes de Arminda Alves.

“Houve mais procura de tabaco de enrolar simplesmente porque fica mais barato. Quem compra são principalmente jovens da faixa etária dos 20 e poucos anos”, diz esta vendedora.