Ministro do Ambiente recusa comentar críticas ao FMI e pede sensatez

19 set, 2013

Declaração surge após críticas ao FMI feitas pelo ministro António Pires de Lima e o porta-voz do PSD, Marco António Costa.

O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, considera ser "muito sensato" não fazer comentários públicos durante as missões de exame da “troika” ao programa de ajustamento português, que podem perturbar as discussões em curso.

Esta quinta-feira, em Bruxelas, questionado sobre as críticas vindas do próprio PSD à postura do Fundo Monetário Internacional (FMI) nas negociações, o ministro, que é também vice-presidente do PSD, escusou-se a tecer comentários.

"Não falo sobre a 'troika' durante as avaliações. Há um hábito que me parece muito sensato, que é: enquanto estamos nestas discussões sobre a avaliação por parte da 'troika', é preferível não haver um nível de comunicação pública muito elevado, na medida em que estão a ser discutidas várias matérias com as três instituições", explicou.

"Portanto, seguirei essa regra que é: enquanto estivermos a discutir com a 'troika', como estamos, e eu próprio estive durante esta semana, não vou fazer nenhum comentário que perturbe ou que prejudique essa discussão. No final dessa avaliação, poderei dar nota do seu impacto no nosso ministério. Até lá, não quero fazer nenhum comentário", concluiu o ministro.

Declaração surge após críticas ao FMI feitas pelo ministro António Pires de Lima e o porta-voz do PSD, Marco António Costa.

Na véspera, o porta-voz do PSD, Marco António Costa, afirmara que o FMI faz "proclamações muito piedosas em relatórios", mas tem sido "inflexível" nas negociações, após aquela instituição ter declarado que os países devem ter "limites de velocidade" e evitar reduzir os défices orçamentais demasiado depressa, mesmo quando estão sob pressão dos investidores por terem uma dívida elevada.

Por seu lado, o ministro da Economia defendeu que deve haver coerência por parte dos credores internacionais. Pires de Lima comentou, desta forma, o relatório do Fundo Monetário Internacional, onde são reconhecidos os riscos das políticas impostas a Portugal e onde se lê que a austeridade deve ter limites de velocidade.