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Conferência Renascença. “Para onde caminha Portugal na Europa?”

17 mai, 2024 - 10:20 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos

Com as eleições europeias às portas, o presidente da Câmara Municipal de Gaia defende que é importante “discutir o papel da Europa, não numa perspetiva meramente de subsidiação dos nossos objetivos, mas como um elemento estratégico do nosso desenvolvimento”.

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"Para onde caminha Portugal na Europa?" é o mote para mais uma conferência, numa parceria Renascença/Câmara de Vila Nova de Gaia. O tema assume especial importância num momento em que há eleições europeias à porta.

A conferência terá lugar na próxima segunda-feira e contará com a presença do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, do ex-presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva e do presidente do Comité das Regiões Europeu.

Na antecipação à iniciativa, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, diz que a conferência vai proporcionar “informação, acima de tudo, num período em que se discute muito a temática europeia”.

Nestas declarações à Renascença, o autarca lamenta que, apesar de a discussão “ser atualmente muito intensa, fruto do próprio ato eleitoral, fica, muitas vezes, em bolha e não chega tanto aos cidadãos quanto chegam outro tipo de eleições autárquicas, nomeadamente, e legislativas”.

“Importa discutir o papel da Europa, não numa perspetiva meramente de subsidiação dos nossos objetivos, mas o papel da Europa como um elemento estratégico do nosso desenvolvimento”, defende.

A conferência vai contar com a presença de todas as forças políticas que se apresentam a eleições.

Questionado sobre como é que olha, como político, para o momento que atravessamos e para o momento do projeto europeu, Eduardo Vítor Rodrigues diz que “o momento atual é apenas o corolário de duas décadas em que vários fenómenos foram ocorrendo”.

A “dita globalização que prometia uma espécie de paraíso para toda a gente ao mesmo tempo, o combate férreo que tem sido feito aos processos imigratórios, muitas vezes por processos imigratórios decorrentes das necessidades dos países de destino, mas também, em muitos casos, processos imigratórios, como se vê no Mediterrâneo, que decorrem da incapacidade da Europa ter regimes de cooperação com os países de origem”, exemplifica.

“E, portanto, acaba por ser uma válvula de escape para a enorme pressão de direitos humanos e pressão social que ocorre nos países de origem. Tudo isto, aliado a um conjunto de crises de que a pandemia foi um exemplo e, agora, as guerras e a inflação”, acrescenta.

Já sobre a saída de Portugal do Euro - ideia defendida pelo PCP - o autarca de Gaia entende que, “do ponto de vista dos interesses do país, é absolutamente contrário”, considerando que a medida “traria uma debacle no próprio país, traria problemas muito sérios, não faz nenhum sentido”.

“É uma defesa que um partido faz que deve ser discutida, e deve ser discutida para que os cidadãos se posicionem”, sublinha, no entanto, Eduardo Vítor Rodrigues.

“Se os cidadãos acham que estamos mal na Europa, pois, devem votar em quem defende a saída de Portugal da União Europeia; Mas eu alerto para aquilo que foi já o exemplo do brexit e aquilo que é hoje a situação económica, financeira, geopolítica, do Reino Unido, para se perceber o que é que isso significaria para Portugal”, sinaliza.

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