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Feira ARCOlisboa lança pontes com arte africana

16 mai, 2024 - 19:27 • Maria João Costa

De 23 a 26 de maio, a Cordoaria Nacional recebe a 7.ª edição da Feira de Arte Contemporânea: 84 galerias de 15 países marcam presença num ano em que aumentou a procura de galerias internacionais. “As formas do Oceano” é um programa da ARCOlisboa dedicado às relações entre África e a diáspora africana.

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É um ano de “consolidação”, diz a diretora da ARCO. A espanhola Maribel López descreve assim a sétima edição da ARCOlisboa que inaugura a 23 de maio, na Cordoaria Nacional, em Lisboa. A Feira de Arte Contemporânea é, nas palavras desta responsável, “dentro do panorama de feiras internacionais, uma proposta única”, não só pela sua “localização”, como pela “qualidade”.

Na apresentação, esta quinta-feira, na Galeria Quadrum, em Lisboa, Maribel López explicou que este ano a feira contará com “84 galerias, de 15 países, 59 das quais integradas no programa geral”. A procura de galerias internacionais aumentou este ano, embora a feira tenha este ano menos duas galerias do que em 2023.

“É um lugar de conhecimento”, afirma a diretora que explicou que “os visitantes vêm ver a cena de arte portuguesa” e que este ano a ARCOlisboa conta com “mais de 150 convidados internacionais”.

Além do programa geral, a feira conta com mais duas secções, a Opening Lisboa onde são apresentadas 17 galerias com menos de 7 anos de experiência e a secção “As Formas do Oceano”, onde são apresentados oito projetos.

Com a curadoria de Paula Nascimento e Igor Simões, esta secção é centrada nas relações entre África, a sua diáspora e outras latitudes. Na apresentação, a curadora referiu que o objetivo “é criar pontes” e interrogar “que diálogos podem ser estabelecidos”, sobretudo numa altura em que muito se fala de reparação histórica.

Paula Nascimento sublinhou o facto de não quererem fazer um programa que coloque a arte africana num “gueto”. “Pensar África, inclui África e as suas diásporas, daí o programa ‘As Formas do Oceano’ que pretende abarcar África e sair dela. Pensar os diálogos que se criaram a partir daí, na diáspora e como é que os artistas africanos conversam com o resto do mundo”, explicou.

Já Luísa Teixeira de Freitas que em conjunto com Chus MArtínez pensou a seção Opening, destacou na apresentação a forma como a ARCO chegou a Lisboa. “A Arco não chegou em forma de “conquistadores”, foi um processo lento. Há uma abertura enorme da feira para se propor novas ideias. A secção Openning tem um novo ‘look’. É uma versão melhorada que reflete as preocupações dos galeristas”, sublinhou.

Segundo esta curadora “Lisboa precisa de uma feira”, como a ARCO. “Este crescimento responsável vê-se. Começou pequenina a feira, e fomos crescendo devagarinho. Foi uma invasão gentil da Cordoaria que é muito bonita de se ver”, referiu.

A ideia é que “não seja elitista e que as pessoas tenham vontade de entrar”, na feira, disse Luísa Teixeira de Freitas. Para responder a este desafio, a ARCOlisboa terá este ano, como já aconteceu em edições anteriores entrada gratuita para jovens até aos 25 anos, das 15h às 20h no dia 25 de maio.

Na apresentação esteve também presente, o autarca de Lisboa. Carlos Moedas que a partir de agora assume também o cargo de vereador da Cultura, depois da demissão de Diogo Moura, por estar a ser alvo de investigação do Ministério Público, referiu que “a ARCOlisboa tornou-se uma âncora”.

O presidente da Câmara lembrou ainda que o fundo de cultura da autarquia “comprou dezenas de obras” nas edições anteriores da ARCO. “Temos de ter essas obras expostas”, desafiou o autarca perante o diretor da EGEAC, a empresa de cultura da autarquia a que Carlos Moedas “sonha” mudar o nome para “Lisboa Cultura”.

Moedas lembrou a aposta na cultura, referindo: “Vamos ter dois momentos especiais até ao final do ano. Uma exposição de Pedro Cabrita Reis, sobre os 50 anos de carreira. E em novembro, no dia 4, vamos inaugurar o Pavilhão Azul, Pavilhão Julião Sarmento”.

Questionado sobre o protocolo com a ARCO, Carlos Moedas esclareceu que está em vigor uma adenda ao protocolo inicial e que prevê a permanência da feira de arte contemporânea em Lisboa até 2025.

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