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Portugal deve apoiar a integração da Ucrânia na Europa, mas “terá custos para nós”

João Duque

Portugal "deve apoiar" a integração da Ucrânia na Europa, mas “terá custos para nós”

28 mai, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


Com a visita de Zelensky a Portugal em pano de fundo, João Duque analisa as possíveis consequências da adesão da Ucrânia à União Europeia.

O comentador da Renascença João Duque considera que Portugal pode “apoiar a Ucrânia”, nomeadamente “a candidatura de Zelensky à União Europeia e a sua admissão rápida”, mesmo sabendo que tal “terá custos para nós”.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realiza esta terça-feira à tarde uma visita a Portugal, em que será recebido pelo chefe de Estado e pelo primeiro-ministro e assinará um acordo de cooperação bilateral para dez anos.

Segundo João Duque, a integração rápida da Ucrânia no espaço europeu “é uma questão política e de visão geoestratégica para definirmos que a fronteira da União Europeia fica mais próxima da Rússia”.

“Deixávamos de ter um Estado tampão”, sublinha, assinalando que “do ponto de vista económico, aquilo que vamos ter é, seguramente, uma redução muito significativa nos apoios que a União Europeia pode distribuir”.

Na visão do economista, se a União Europeia não aumentar o seu orçamento, significa que todos que recebem vão perder imenso, se não tudo, para canalizar os esforços para a Ucrânia.

“É inimaginável” o que é preciso para reconstruir a Ucrânia, diz João Duque, antevendo ser necessário “um esforço de guerra, quase comparado com aquilo que foi o esforço da II Guerra Mundial e da recuperação do centro da Europa”.

Questionado sobre se terá que haver uma grande negociação para que Portugal não seja ‘penalizado’, João Duque considera que “não é possível Portugal não ser penalizado” e admite que assim se podem explicar algumas das reticências do anterior Governo, quando se falava de integração da Ucrânia Europa.

No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, João Duque refere ainda que Portugal devia “ter aproveitado melhor os fundos que tivemos na ocasião certa”, em vez de andar “a desperdiçar”, não orientando para “a produtividade e para reconstrução, para a alavancagem daquilo que são as potencialidades do investimento que nos cederam”.

“Outros Estados estiveram a fazer e muito bem e, por isso, passam por nós em termos de capacidade económica, em termos de PIB per capita, nomeadamente, e nós vamos ter que, agora, com o resto, fazer muito melhor do que fizemos até agora”, conclui.

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