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Clarão em Portugal

Meteoro foi parar ao Atlântico? Geofísico considera prematuro dizer se caiu e onde

19 mai, 2024 - 14:22 • Lusa

De acordo com o Instituto de Astrofísica da Andaluzia, em Espanha, o meteoro entrou na atmosfera a uma velocidade de 161 mil quilómetros por hora.

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O geofísico Rui Gonçalves informou que duas das quatro câmaras em Portugal da rede AllSky7 registaram o meteoro visto sábado em Portugal, mas afirmou ser prematuro dizer se caiu e onde.

O professor do Instituto Politécnico de Tomar salientou, em declarações à agência Lusa, ser necessário "juntar mais dados" para conseguir calcular a trajetória.

Segundo o investigador, o fenómeno foi observado "desde a costa francesa ao sul do Algarve".

Embora tenha reforçado que é agora necessário cruzar dados, e que esse trabalho não é imediato, acrescentou que membros espanhóis da rede, país onde existe mais equipamento e maior possibilidade de fazer registos com o céu limpo, estimam que do meteoro "não caiu quase nada, ou foi parar ao Atlântico", segundo os dados preliminares do Instituto de Astrofísica da Andaluzia.

Em Portugal, na câmara de Tomar "o registo é muito bom", em São Brás de Alportel apenas apanhou "o início do evento" e em Braga e Sesimbra o céu estava nublado e vê-se apenas o clarão, sem imagem.

E fez-se luz: clarão iluminou o céu de Portugal
E fez-se luz: clarão iluminou o céu de Portugal

"Só depois de calcular a trajetória é que a gente pode ter alguma ideia se sobrou algum material e qual é o local de queda, mas isso não é automático", acentuou o geofísico.

Em Portugal a passagem do "gigantesco bólide", com "longa duração e longo rasto", foi observado às 23h46 de sábado.

De acordo com o Instituto de Astrofísica da Andaluzia, em Espanha, organismo com quem o geofísico já conversou, o meteoro entrou na atmosfera a uma velocidade de 161 mil quilómetros por hora.

Segundo a mesma instituição, a altitude inicial da parte luminosa do evento registou-se aos 122 quilómetros e deixou de se ver a uma altitude de 54 quilómetros, mas Rui Gonçalves explicou que isso não é sinónimo que se tenha desintegrado nessa altura.

"Eles podem brilhar até aos 30/40 quilómetros de altitude. Normalmente, daí para baixo não se vê, é o chamado voo escuro. Isso tem de ser calculado, e essa parte é mais difícil de calcular, porque temos de fazer uma série de assunções para calcular o sítio onde podem ter caído as peças", acrescentou o investigador, em declarações à agência Lusa.

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