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Cerca de 60% dos portugueses em risco de obesidade. Medicamentos são demasiado caros

04 mar, 2024 - 07:40 • Anabela Góis , João Malheiro

A presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo deteta "falta de vontade política" para enfrentar o problema. Obesidade pode levar a mais de 200 doenças.

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Cerca de 60% dos portugueses estão em risco de obesidade, mas há apenas três medicamentos disponíveis. São "todos caros" e nenhum é comparticipado, o que deixa de fora os mais pobres que não têm possibilidade de se tratar.

São os avisos dos especialistas à Renascença esta segunda-feira em que se assinala o Dia Mundial da Obesiade.

Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia diabetes e metabolismo, considera que há um problema de "falta de vontade política", porque há decisões que têm de ser tomadas para combater o acesso difícil a tratamentos.

À Renascença, a especialista defende a formação de mais profissionais na área e a criação de consultas de obesidade nos cuidados primários de Saúde.

"Eu penso que seria uma excelente oportunidade para tratar estes doentes, até porque os cuidados primários são a primeira porta onde os doentes podem ir e se houver uma consulta de especialidade especializada para o tratamento da obesidade, as pessoas vão se sentir confortáveis para tratar a sua doença e para serem orientadas. Obviamente, nós defendemos que devem ser tratadas numa equipa multidisciplinar, não só com o médico, mas também com nutricionista, idealmente com psicóloga, fisiologista da atividade física", explica.

Apesar de, em Portugal, a obesidade ser considerada doença há 20 anos, Paula Freitas acredita que continua a haver "barreiras" que impedem que assim seja na prática.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia aponta que o nossos sistema de saúde atual "foca-se apenas nas consequências da obesidade e não nas causas". E volta a realçar que os medicamentos serem caros é um grande obstáculo, já que "a obesidade é muito mais prevalente nas classes sociais mais desfavorecidas".

Obesidade é fator de risco para 200 doenças

Por seu lado, o presidente da Sociedade Portuguesa para o estudo da Obesidade, alerta que esta doença está na origem de mais de 200 patologias e que ter excesso de peso retira anos e qualidade de vida às pessoas.

"Sem conseguir tratar eficazmente obesidade, não se consegue controlar a expressão de todas as comorbidades, ou seja, as outras patologias que estão associadas à doença, porque a obesidade por si só é uma doença, mas também consiste num fator de risco para múltiplas outras patologias. À cabeça, a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares, apneia obstrutiva do sono, o fígado gordo, a hipertensão arterial, o aumento dos níveis de gordura no sangue", exemplifica.

José Silva Nunes refere que Portugal gasta cerca de 10% do orçamento na saúde em doenças relacionadas com o excesso de peso e a tendência é que este valor tenha de aumentar. Os diabetes tipo 2 são a doença que mais exige gastos.

"Se nós conseguíssemos erradicar a obesidade de Portugal teríamos menos 79,4% de casos de diabetes tipo 2, praticamente a diabetes tipo 2, que é uma pandemia, também uma pandemia do século 21", aponta o também responsável pelo Serviço de Endocrinologia do Hospital Curry Cabral.

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  • Anastácio José Marti
    04 mar, 2024 Lisboa 11:20
    Como pode algum dia haver saúde de qualidade se mais de metade da população, sofrendo de Obesidade, se vê impedida de tratar este problema por falta de comparticipação da medicação que lhes podia ajudar a minimizar este problema? È para nos imporem esta realidade que é a imagem de marca dos políticos que o país vai tendo que os mesmos nos andam a pedir o voto para fazerem esta triste figura e a imporem-nos esta triste realidade? Quantos mais cidadãos terão de perder as suas vidas ou ficarem com as mesmas comprometidas para que estes políticos de ocasião algo nos provam saberem e quererem fazer para responder a esta necessidade nacional passando a comparticipar a medicação e os meios auxiliares de diagnósticos que até hoje não quiseram comparticipar, para que possamos usar os meios existentes para nos darem os apoios que esta situação de saúde merece mas que os políticos, alguns deles também obesos, deixem de nos impedirem de nos tratar-mos como sempre o fizeram até hoje? Será assim que dignificam a saúde portuguesa e dos portugueses?

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