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Futebol internacional

​Brasileirão. O que fizeram e disseram os portugueses no arranque

15 abr, 2024 - 11:46 • Hugo Tavares da Silva

Começou mais uma edição do Campeonato Brasileiro. Da estreia de Bolasie e do tradutor Nené, passando pelos empates de Caixinha e António Conceição e culminando na vitória do campeão Palmeiras, este é o resumo do que se passou no futebol do outro lado do oceano.

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Mais uma moedinha, mais uma voltinha num dos melhores campeonatos do mundo. O carrossel com banda sonora num português mais doce inaugurou a marcha no sábado, com um Criciúma-Juventude que, depois de acabar empatado a uma bola, ofereceu um belo momento: Nené, aquele canhoto craque que passou pelo PSG (já são 42 anos, sim), serviu de tradutor para Yannick Bolasie, o ex-Sporting. E eram rivais.

A festa começou e o campeão começou como os campeões devem começar. O Palmeiras de Abel Ferreira, com Endrick a envergar a camisola 9 na equipa titular como se isso nunca tivesse sido debate, ganhou no campo do Vitória, em Salvador, por 1-0, com golo de Richard Rios.

Abel elogiou o “ambiente espetacular”, mas lamentou o estado do relvado. “Duro, difícil, alto. Prefiro sintético, sinceramente”, confessou, numa espécie de heresia que o deixou de ser para aqueles lados, sobretudo graças ao que foi feito no Nilton Santos, a casa do Botafogo. Os jogadores gostam de executar o seu ofício naquele tapete verde.

“Vai deixar marcas para o próximo jogo”, continuou. “Vocês viram a dificuldade de quem entrou, de quem inicou o jogo. Os jogadores chegaram ao balneário e nem força tinham para tirar a roupa.”

O primeiro 11 de Abel Ferreira, no Brasileiro 2024, contou com Weverton, Mayke, Luan, Murilo, Vanderlan, Raphael Veiga, Gabriel Menino, Richard Rios, Endrick, Rony e Estevão, o futuro menino bonito do clube.

Red Bull Bragantino. "Coragem e qualidade"

O Red Bull Bragantino de Pedro Caixinha estreou-se com um empate no campeão da América, o Fluminense de Fernando Diniz. Eduardo Sasha e Thiago Borbas marcou para os de Bragança Paulista e Lima bisou para a equipa das Laranjeiras. Caixinha destacou a “coragem” e a “qualidade” do elenco que treina.

“O Fluminense é uma equipa muito inteligente, tivemos de sofrer muito para entrar no jogo”, explicou. “Ir para o balneário a perder, com a coragem com que estávamos e como estávamos a jogar, para mim, era inaceitável. Disse isso ao grupo junto com as alterações que tínhamos que fazer para mandarmos a equipa para a frente à nossa maneira. Eu nunca peço resultados, mas peço uma atitude competitiva.”

O treinador português escolheu para começar a aventura no Brasileirão Cleiton, Andrés Hurtado, Douglas Mendes, Juninho Capixaba, Luan Cândido, Jadson, Raul, Ignacio Laquintana, Eduardo Sasha, Gustavinho e Henry Mosquera.

Corinthians. "Não é possível ter 60% de bola parada"

A estreia mais a sério para António Conceição no Corinthians acabou com um cinzento 0-0, em casa, contra o Atlético Mineiro, agora treinado por Gabriel Milito, o sucessor de Felipão. Rodrigo Battaglia, o argentino que passou por Alvalade, foi expulso antes do intervalo. Ainda assim, o Timão não soube enganar os rivais e meter uma bola na baliza de Éverson.

Conceição, expulso depois do apito final, apostou para a jornada inaugural em Cássio, Fagner, Félix Torres, Gustavo Henrique, Hugo, Fausto Vera, Raniele, Rodrigo Garro, Ángel Romero, Yuri Alberto e Wesley. O Corinthians-Atlético terminou com 16 cartões. Hulk foi substituído aos 90 minutos.

“Calhou, no primeiro jogo em casa, ser contra um dos candidatos ao título, pelos investimentos, com jogadores há muito juntos”, disse o português no final. “Cada um faz o seu trabalho como pode, agora o árbitro… eu não gostaria de ter essa função. O mundo está de olho, não pode falhar, tem família, com certeza faz as coisas de forma honesta, não há dúvida”, e lá prosseguiu com algum queixume.

E acrescentou: “Não é possível, numa segunda parte, ter 60% de bola parada. Para valorizar o espetáculo, temos de começar por algum lado. (...) Há problemas de critério. Acho que esteve mal para os dois lados, mas não vou bater mais, fez o melhor que pode”.

Botafogo. "Jogadores tiveram uma tremenda disponibilidade"

Antes do Cruzeiro-Botafogo que assinalava a estreia de Artur Jorge no Campeonato Brasileiro, um dos mais míticos do planeta, o Internacional já tinha batido o Bahia de Santiago Arias, por 2-1, e o Fortaleza ganhara no campo do São Paulo. Já o Flamengo ganhou no campo do Atlético Goianiense com um penálti de Pedro aos 90+13. Ficou 2-1 para o mengão. Tite não tirou David Luiz do banco.

O Athletico Paranaense de Cuca deu 4-0 ao Cuiabá e o Vasco da Gama levou a melhor, em casa, contra o Grêmio de Diego Costa, Agustín Marchesín e João Pedro Galvão.

Finalmente, vamos ao Botafogo. A ideia era prolongar a angústia. Esta gente, filha de Garrincha e Didi e Jairzinho e Túlio Maravilha, sofre penosamente desde que achou o campeonato da época passada estava fechado e testemunhou a uma cambalhota violenta e sombria.

O ex-treinador do SC Braga, Artur Jorge, não foi feliz, depois de já ter perdido na estreia para a Libertadores. O clube detido por Ronaldo Fenómeno, o Cruzeiro, marcou o terceiro golo depois dos 90. Conclusão: o Botafogo, que até começou a ganhar, perdeu por 3-2. Tiquinho Soares e Danilo Barbosa, jogadores que passaram por Portugal, fizeram os golos da ‘Estrela Solitária’.

A primeira equipa de Artur Jorge no Brasileiro 2024 foi Gatito Fernández, Mateo Ponte, Lucas Halter, Bastos, Marçal, Marlon Freitas, Gregory, Luiz Henrique, Júnior Santos, Jeffinho e Tiquinho Soares.

O português preferiu o copo cheio. “Temos que tirar aquilo de positivo que hoje fizemos. E os jogadores tiveram uma tremenda disponibilidade, vontade de fazer as coisas bem feitas”, começou por dizer. “Houve muitas contrariedades que fizeram a equipa lutar, e fez isso até ao fim. É isso que vou levar: a entrega da equipa para lutar pelo resultado, embora não fosse o que queríamos.”

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