Irão liberta sete tripulantes de navio de pavilhão português

Sete membros da tripulação do navio de pavilhão português que foi apresado pelo Irão em abril foram esta quinta-feira libertados, continuando a bordo 17 dos tripulantes, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.

"O Governo português informa que hoje foram libertados sete membros da tripulação do navio apresado pelo Irão", avança o ministério em comunicado, acrescentando saudar este desenvolvimento, "no qual tanto se tem empenhado".

O executivo reitera, no entanto, que "a legalidade internacional impõe a libertação imediata" dos restantes tripulantes e do navio "MSC Aries"" pelo Irão.

"Portugal continuará a envidar todos os esforços para que estas obrigações internacionais sejam integralmente cumpridas", assegura o ministério liderado por Paulo Rangel.

A informação avançada refere ainda que o Governo já avisou os países de onde os sete tripulantes são nacionais, sendo que cinco são indianos, um é filipino e outro é de nacionalidade estoniana, o único cidadão da União Europeia que estava a bordo.

O "MSC Aires", que envergava pavilhão português (registo na Região Autónoma da Madeira), foi apreendido em 13 de abril pela Guarda Revolucionária iraniana por estar, alegadamente, ligado ao grupo Zodiac Maritime Limited, propriedade em parte do milionário israelita Eyal Ofer.

Segundo Teerão, "o navio foi direcionado para águas territoriais iranianas em violação dos regulamentos marítimos internacionais".

Portugal convocou o embaixador iraniano para uma conversa, na qual exigiu a "libertação imediata" do navio e da tripulação e tem apresentado fundamentação política, jurídica e humanitária para o conseguir.

O navio, propriedade da Fortal Shipping Inc e alugado pela empresa de transporte marítimo de contentores MSC, levava a bordo 25 tripulantes, a maioria dos quais indianos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão anunciou, dia 27, que iria libertar antecipadamente tripulantes do navio.

A apreensão do "MSC Aires" aconteceu numa altura de grande tensão, criada por um ataque israelita ao consulado do Irão em Damasco, a 01 de abril, que provocou a morte de sete membros da Guarda Revolucionária.

Horas depois da captura do navio porta-contentores, Teerão lançou uma ofensiva de retaliação com centenas de mísseis e drones contra o território israelita.

Teerão captura regularmente petroleiros e navios de carga no Estreito de Ormuz e no Golfo Pérsico.