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​Caos na AIMA. D. Américo pede "urgência" na resposta aos imigrantes

21 mai, 2024 - 00:52 • Ana Catarina André, enviada da Renascença a Roma

Em declarações à Renascença, o cardeal diz que "sempre que estes homens e mulheres ficam suspensos no tempo, em razão da lista de espera, há outros que os aproveitam e os exploram".

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​D. Américo pede "urgência" na resposta aos imigrantes
D. Américo pede "urgência" na resposta aos imigrantes

O cardeal D. Américo Aguiar lamenta que o tema das migrações fique refém de lutas partidárias e considera que, independentemente das diferentes posições dos partidos, o mais importante é que estas populações sejam acolhidas com dignidade.

Em declarações à Renascença em Roma, onde está a participar na visita Ad Limina dos bispos de Portugal, D. Américo Aguiar alerta para a necessidade de resolver os problemas associados à documentação de migrantes, sem resposta por parte da AIMA - Agência para a Integração Migrações e Asilo.

“Temos centenas de milhares de pessoas que estão em lista de espera para verem resolvido o seu problema da documentação. Em vez de estarmos a discutir tantas coisas e pormos em causa tudo e todos ao mesmo tempo, o que é importante é tentar corresponder à urgência que estes homens e mulheres vivem”, apela o bispo de Setúbal.

“Como dizia há dias a senhora provedora de Justiça, sempre que estes homens e mulheres ficam suspensos no tempo, em razão da lista de espera, há outros que os aproveitam e os exploram. Isto não podemos permitir que aconteça”, alerta.

Depois da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e numa semana em que a Igreja de Portugal está em foco no Vaticano, D. Américo Aguiar diz que não se pode perder os jovens cativados pelo evento.

O cardeal português fala “numa recuperação e capacidade de atração dos jovens” que é já notória em alguns locais.

“Nós não os podemos perder. Esse é o grande desafio que a Igreja tem. Já passaram quase seis meses da Jornada Mundial da Juventude e nós não os podemos perder. Uma das coisas que temos de aprender é que estes jovens deixaram-se cativar pela missão e nós não podemos baixar os braços quanto a isso”, salientou.

O bispo de Setúbal explica, ainda, que na sequência desta visita Ad Limina dos bispos portugueses, o Papa Francisco dará indicações para os próximos tempos.

“Nós vimos a Roma dizer ao Papa aquilo que são as nossas alegrias e tristezas, sucessos e insucessos. Vamos ouvir da parte dele qual é o seu sentimento e sentir e perceber as indicações para o GPS que o Papa Francisco nos vai dar para o futuro próximo, atendendo que Portugal viveu uma oportunidade única, que foi a Jornada Mundial da Juventude”, disse o cardeal em declarações à Renascença.

Segundo D. Américo Aguiar, esta visita Ad Limina não deve perder de vista o problema comunicacional existente entre a Igreja e a vida de cada pessoa.

“É estarmos atentos aos gritos de cada um, à realidade da vida de cada um, porque quando falo na evangelização em Setúbal, em Lisboa, no Porto, na Guarda, em Viseu, em Bragança, nas ilhas, no interior, no litoral, estou a falar de realidades diferentes. Estou a falar de urgências diferentes, e quando falamos daqueles que devem merecer mais imediata atenção da parte do bispo, isso depende de cada uma das geografias”, sublinha o cardeal D. Américo Aguiar.

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