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"Olá Mãe/Olá Pai". PJ detém responsável por esquema de burlas

14 mai, 2024 - 10:30 • João Malheiro

A PJ indica ter apreendido 49 modems, que reuniam 32 cartões SIM por aparelho. Ou seja, ao todo, havia 1.568 cartões que podiam operar em simultâneo.

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A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta esta terça-feira um suspeito de prática de crime de burla qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais, relacionado com fraudes digitais como as mensagens falsas "Olá Mãe/Olá Pai" no Whatsapp.

O suspeito é um cidadão estrangeiro de 38 anos e foi detido depois de uma denúncia feita em janeiro. Em sequência de diligências, foi possível identificar coincidências e notar "a utilização massiva de números de telemóveis irrepetíveis, de operadoras nacionais, para a prática deste tipo de ilícito, o que espoletou alertas e obrigou ao recurso a meios especiais de obtenção de prova", descreve PJ, em comunicado.

Foram, igualmente, constituídas arguidas a esposa e a filha do detido, indicadas como coautoras dos mesmos crimes.

A PJ indica ter apreendido 49 modems, que reuniam 32 cartões SIM por aparelho. Ou seja, ao todo, havia 1.568 cartões que podiam operar em simultâneo.

"Esta capacidade, num primeiro momento, permitia a criação de milhares de contas, principalmente no WhatsApp, bem como a remessa/receção de mensagens na ordem dos milhares por dia, através da fraude Olá Mãe/Olá Pai e outros fenómenos de burlas em ambiente digital", explica a Polícia Judiciária.

A PJ acrescenta que foram registadas interações com terceiros, em rede, sendo recolhida prova de suspeitos residentes num país do Centro da Europa.

"As diligências de investigação identificaram o local onde estava montada a estrutura informática e de comunicações, no domicílio do detido. Com a presente investigação e operação policial interrompe-se a consumação, em território nacional e no estrangeiro, de milhares de burlas informáticas", assinala a nota enviada à imprensa.

Em conferência de imprensa, o diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ, Avelino Lima apela à denúncia imediata deste tipo de casos.

"O importante é, no imediato, denunciar. Não é esperar dias. Há pessoas, por vergonha, só denunciam quando já estão desgraçadas do ponto de vista económico. Com uma denúncia imediata, há possibilidades de suster esse fluxo financeiro", apela.

[Atualizada às 12h15]

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  • ze
    14 mai, 2024 aldeia 13:42
    E agora? vai ser presente ao Juíz, e como é estrangeiro....."coitadinho"sai em liberdade....(deve ser o mais certo neste país) e se a justiça funcionasse ficavam todos presos, todos os bens e valores confiscados e haveria um processo para restituir dentro do possivel as pessoas lesadas.Mas isso seria o justo, mas como sempre não irá acontecer,

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