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Iván Jaime quebra "silêncio doloroso" e queixa-se do tratamento do FC Porto

29 abr, 2024 - 10:00 • Hugo Tavares da Silva

O comunicado, assinado a meias entre Iván Jaime e os representantes da CAA Stellar, aborda o "afastamento anunciado, críticas na praça pública e o seu amesquinhamento público, com prejuízo profissional, mas também com dano pessoal".

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O espanhol Iván Jaime, um futebolista afastado da equipa do FC Porto, veio a público colocar um ponto final no “silêncio doloroso”, mencionando que apenas “o respeito institucional total pelo momento eleitoral” evitou um desmentido cabal “antes todas as notícias, referências, declarações e, infelizmente, insinuações que têm vindo a pôr em causa o bom nome, o prestígio profissional e os méritos desportivos” do jogador.

A história remonta a meados de abril, nomeadamente a 16 de abril, quando foi noticiado que Sérgio Conceição afastou dos trabalhos Iván Jaime, André Franco, Jorge Sánchez e Toni Martínez, sugerindo que o compromisso daquele futebolistas não estava de acordo com as exigências de um clube como o FC Porto, onde, segundo o treinador, não se deve sorrir quando não se ganha.

Questionado sobre o tema, na entrevista dada à Renascença em 17 de abril, o presidente Pinto da Costa referiu-se diretamente ao espanhol. “O Iván Jaime era um talento no Famalicão, era desejado por todos, e de facto não se adaptou ainda convenientemente e não tem rendido o que nós esperávamos e justifica pelo que custou”, afirmou o dirigente.

“Os jogadores têm de sentir que para estarem a jogar têm de estar no máximo, têm de ser jogadores à Porto”, disse ainda Pinto da Costa. “O ser jogador à Porto não é chutar mais alto nem mais baixo, é ter uma entrega total nos 90 minutos de jogo, esteja a ganhar, esteja a perder. Estou convencido de que esses jogadores, que momentaneamente se afastaram desse espírito, vão ser recuperados e seguir o caminho correto.”

E disse mais: "Às vezes acontece com todos. Não é uma questão de qualidade, costuma dizer-se que no melhor pano cai a nódoa, mas às vezes sinto, e o treinador também e quando sente isso age para espicaçar até os próprios jogadores, que há jogadores que se entregam e que não lutam para virar as coisas como é preciso".

O comunicado do jogador e dos representantes, a CAA Stellar, foi enviado às redações na manhã desta segunda-feira, na ressaca de um fim de semana importante no clube, com o afastamento de Pinto da Costa 42 anos depois e do clássico contra o Sporting.

Tanto o jogador como os seus representantes que este momento, em que o FC Porto está a “iniciar um novo ciclo”, é o momento para o atleta “encontrar espaço para fazer ouvir a sua voz, a verdade que vive todos os dias”.

A defesa do jogador refere que nos oito meses de FC Porto nada mudou na sua forma de estar. “Em nenhum destes dias o atleta cumpriu menos ou pior, se entregou com falta ou com desconfiança, se apresentou com reserva mental ou física ou deixou de desejar profundamente que o Futebol Clube do Porto possa ser a sua casa afetiva, desportiva, profissional e pessoal”. pode ler-se ainda.

Jaime, refere o texto, nunca recebeu “reconhecimento” e “agradecimento” pela postura. O que chegou foi antes um “afastamento anunciado, críticas na praça pública e o seu amesquinhamento público, com prejuízo profissional, mas também com dano pessoal”.

E continua: “O jogador, durante meses, nada disse, em nada se defendeu. O Futebol Clube do Porto vinha em primeiro e, em momento eleitoral sensível, era-lhe imprescindível ser factor de estabilidade e não de instabilidade, de união e nunca de desunião.

No fundo, o jogador exige uma coisa: “Definido o rumo que o Futebol Clube do Porto viverá nos próximos anos, o jogador Iván Jaime apela a que cessem todos os comportamentos, oficiais ou oficiosos, institucionais e pessoais, que, de forma contra a ética e até contra a lei, o têm gravemente prejudicado e, por isso mesmo, natural e consequentemente prejudicado também o contributo que ele tem a mesmíssima vontade de dar ao FC Porto que tinha quando chegou”.

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