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Ex-ministra nega ter autorizado investimentos da Santa Casa Global

15 mai, 2024 - 19:13 • Filipa Ribeiro , Diogo Camilo

Ouvida no Parlamento, Ana Mendes Godinho confirmou que recebeu o email do ex-provedor da Santa Casa, mas nega ter tido conhecimento dos valores investidos no Brasil.

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A ex-ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, confirmou que recebeu o email do ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, que mencionava investimentos no Brasil, mas nega ter dado aval aos investimentos da Santa Casa Global que se revelaram ruinosos.

No Parlamento, durante uma audição no Parlamento na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, a ex-governante voltou a negar ter autorizado negócios no mercado brasileiro.

“No dia 14 de junho, recebi um email do ex-provedor que informava que tinha havido uma alteração da estratégia da Santa Casa Global, no Brasil, motivada pelas alterações legislativas ocorridas e a situação da pandemia”, indicou.

Ana Mendes Godinho diz que a Santa Casa não fez mais nenhuma atualização sobre a situação, “nem solicitou qualquer autorização para nenhuma operação”, referindo que apenas autorizou a constituição da Santa Casa Global, cujos 49 milhões de euros investidos foram dados como perdidos.

Entre transferências de mais 31,4 milhões de euros e garantias bancárias ou cartas de conforto para empréstimos que ficam perto dos 17,6 milhões, a Santa Casa colocou mais de 49 milhões de euros na Santa Casa Global, a empresa criada para explorar o jogo fora do país.

A ex-governante indica ainda que pediu a Ana Jorge um ponto de situação sobre a Santa Casa.

"Pedi à provedora, mal tomou posse, um ponto de situação económico-financeiro da Santa Casa, face ao impacto dos vários anos da pandemia, seja ao nível das despesas, seja ao nível das receitas. E foi nessa sequência que, numa primeira análise, que a provedora Ana Jorge e a Mesa me sinalizaram preocupações com o projeto de internacionalização do jogo", afirmou Ana Mendes Godinho aos deputados.

E garante que a privatização do jogo nunca foi hipótese em cima da mesa durante a governação socialista.

"No meu mandato nunca esteve em cima da mesa, nem eu seguiria tal caminho porque sou frontalmente contra. Nunca esteve em equação. Espero, confio e estou certa de que também não estarão nas equações do futuro, porque não faz qualquer sentido e seria uma ameaça inaceitável à missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa", atira.

[artigo atualizado às 20h16]

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