Quem foi eleito deputado?

Eleitas menos oito deputadas em território nacional do que em 2022

11 mar, 2024 - 02:11 • Salomé Esteves

A Assembleia da República vai perder representação feminina pela segunda legislatura consecutiva. São 77 as mulheres eleitas deputadas nestas eleições, menos oito do que em 2022. Com os círculos do estrangeiro, pode haver mais uma.

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A legislatura começa com menos oito mulheres no parlamento. Através dos círculos do estrangeiro, ainda pode ser eleita mais uma mulher, mas só a 20 de março se saberá.

Esta é a segunda queda consecutiva na representação do sexo feminino na Assembleia da República. Com este decréscimo, passa a ser de 34% a percentagem de mulheres: há 77 deputadas para um total de 226 parlamentares eleitos este domingo.

Dos 79 deputados eleitos na Aliança Democrática, 24 são mulheres: a AD não terá um terço de representação de mulheres na próxima legislatura, uma vez que as deputadas representam 30,4% do grupo.

Já o PS elegeu 77 deputados, dos quais 30 são mulheres. Em números absolutos, a bancada socialista será a mais representativa já que, em percentagem, está no limite daquilo que é exigido nas listas de candidatos pela lei da paridade, esbarrando nos 39%.

O Chega elegeu 48 deputados, mais 35 do que em 2022. Desse grupo, 14 são mulheres, ou seja, 29,2%.

A Iniciativa Liberal foi, entre os 18 partidos na corrida às legislativas, aquele que teve menor percentagem de mulheres entre os candidatos pelos 22 círculos eleitorais. As listas do partido liderado por Rui Rocha tinham 42,9% de mulheres, pouco acima dos 40% a que a Lei da Paridade obriga.

No grupo de oito deputados eleitos, três são mulheres: Mariana Leitão, Patrícia Gilvaz e Joana Cordeiro, a única cabeça de lista das três.

O Bloco de Esquerda elegeu o mesmo número de deputados nestas legislativas do que nas passadas e as primeiras deputadas a integrar a Assembleia da República foram Marisa Matias, Mariana Mortágua, líder do partido, e Joana Mortágua. A elas, juntaram-se José Soeiro, pelo Porto, e Fabian Figueiredo.

A CDU elegeu quatro deputados: o cabeça de lista, Paulo Raimundo, e António Filipe foram eleitos pelo círculo eleitoral de Lisboa, enquanto Alfredo Maia venceu pelo círculo eleitoral do Porto.

Paula Santos, líder da bancada parlamentar e a única mulher a ser eleita pela coligação, ganhou pelo distrito de Setúbal. Apesar de a coligação ter sido o partido mais igualitário no número de mulheres e homens como cabeça de lista, acabou por não conseguir eleger as candidatas a deputadas. Eram 11 e só Paula Santos foi eleita.

Por outro lado, Diana Ferreira e Alma Rivera são duas deputadas da CDU que agora abandonam o Parlameno proque não conseguiram ser eleitas.

No total, o Livre elegeu mais três deputados do que em 2022. A Rui Tavares junta-se Eduardo Pinto, Paulo Muacho e Isabel Mendes Lopes, a única mulher do grupo.

No PAN, à semelhança do que aconteceu em 2022, a única deputada eleita foi Inês Sousa Real.

Os partidos que, nas listas aprovadas pela Comissão Nacional de Eleições, tinham uma maior representação de mulheres – o Bloco de Esquerda, o PAN e, sem assento parlamentar, o RIR – acabaram por não eleger mandatos em número suficiente para transparecer essa representação de género no Parlamento. O mesmo aconteceu com a CDU, em relação aos cabeça de lista.

A Iniciativa Liberal e a Aliança Democrática estavam entre os três partidos com menor equilíbrio entre homens e mulheres nas listas entregues e aprovadas pela CNE. O Chega tinha mais de 44% de representação de mulheres nas listas, mas essa proporção não se reflete nos deputados eleitos.

Os parlamentares eleitos pelos círculos do estrangeiro, dois pela Europa e dois pelos países Fora da Europa, serão conhecidos depois da contagem dos votos, a 20 de março. As contas da Renascença não incluem, portanto, estes quatro deputados.

As listas pela Europa do Partido Socialista e da Aliança Democrática têm uma mulher cada e o mesmo se passa com o círculo Fora da Europa, havendo margem para que o número de deputadas aumente, pelo menos, por um.

No Chega, os dois efetivos de ambas as listas são homens. Caso se verifique no estrangeiro o aumento que aconteceu no território nacional, não haverá mais mulheres no Parlamento a 20 de março.

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