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"Europa não pode continuar apenas a lamentar os mortos"

24 out, 2013


Vaga de imigração de África para a Europa foi um dos temas do debate de actualidade religiosa das quartas-feriras na Renascença.

A alta comissária para a imigração e diálogo intercultural considera que está na hora de a Europa fazer mais do que apenas lamentar a morte de ilegais nas águas do Mediterrâneo.

“A Europa não pode continuar apenas a lamentar os mortos, sem fazer qualquer outra coisa mais, afirmou Rosário Farmhouse, no programa de actualidade religiosa das quartas-feiras na Renascença.

A responsável reconhece que estamos perante um “desafio difícil, a resposta não é fácil”, mas pode passar por “olhar mais para a origem” da vaga de imigração de África para a Europa.

“No meio disto tudo há redes organizadas de máfia de tráfico de seres humanos e de exploração e de vendas de sonhos e de eldorados na Europa. Há muita gente que está a lucrar com a vinda de pessoas para a Europa”, lamenta. 

Cerca de 300 imigrantes morreram, no início do mês, quando o navio em que seguiam naufragou ao largo da ilha italiana de Lampedusa. O caso voltou a colocar a questão dos ilegais no centro das atenções.

Para Rosário Farmhouse, “este acontecimento de Lampedusa veio abalar gravemente os fundamentos de uma Europa que se diz humanistas, defensora dos direitos humanos, que também tem o direito de poder regular as suas fronteiras mas, no entanto, o que é certo é que a forma como isso está a acontecer causa grandes impactos na vida de muita gente”.

O casamento foi outro tema em destaque no programa de actualidade religiosa desta semana. Num artigo publicado no jornal "L’Osservatore Romano", o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé considera que haverá actualmente mais casos de casamentos nulos do que no passado, devido ao desconhecimento da doutrina católica sobre o matrimónio. O Arcebispo Gerhard Muller defende a actual posição católica de total inviolabilidade do casamento, desde que validamente celebrado.

Em análise esteve também a decisão do Parlamento Europeu, que na terça-feira recusou votar a legalização do aborto. O relatório da eurodeputada portuguesa Edite Estrela sobre direitos sexuais e reprodutivos, que defende a disponibilização de contraceptivos baratos ou gratuitos e a não criminalização do aborto, foi devolvido à Comissão de Direitos da Mulher e da Igualdade.

Os convidados do programa desta semana foram Rosário Farmhouse, alta comissária para a imigração e diálogo intercultural; o juiz Pedro Vaz Patto e a vaticanista Aura Miguel.

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