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Ministros da UE discutem sanções ao Irão e defesa antiaérea a Ucrânia

22 abr, 2024 - 07:20 • Lusa

O alargamento das sanções contra o Irão, na sequência da sua escalada contra Israel, assenta na base jurídica existente relacionada com o apoio de Teerão à invasão russa da Ucrânia e visa apaziguar as tensões e evitar uma escalada regional do conflito, de acordo com Bruxelas.

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Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da União Europeia (UE) reúnem-se esta segunda-feira no Luxemburgo para tentar um acordo político para alargar as sanções contra o Irão, discutindo ainda o pedido ucraniano para sistemas de defesa antiaérea.

Na sequência do recente ataque do Irão contra Israel e após a intenção inicial manifestada numa reunião extraordinária sobre a situação no Médio Oriente na semana passada, os ministros da UE tentam hoje um acordo político para sancionar os mísseis iranianos e alargar as medidas restritivas contra indivíduos e entidades iranianas responsáveis pela transferência de 'drones' (aeronaves não tripuladas), disse um alto funcionário europeu na antevisão do encontro.

Neste encontro no Luxemburgo, a ideia é avançar com um acordo de princípio para sancionar a indústria de 'drones' e mísseis do Irão, alargando assim as já existentes sanções da UE a Teerão, que foram inicialmente adotadas pela venda à Rússia destas aeronaves não tripuladas para serem utilizadas na guerra contra a Ucrânia.

Ao mesmo tempo, indicou a mesma fonte, "há um consenso emergente sobre a possibilidade de incluir indivíduos e entidades nesta lista" de medidas restritivas.

Esta fonte comunitária admitiu, porém, que ainda em curso estão as discussões sobre a possibilidade de sancionar a produção de mísseis balísticos, com a UE a continuar relutante em fazê-lo por ainda não ter encontrado provas de que o Irão os esteja a fornecer à Rússia.

O alargamento das sanções contra o Irão, na sequência da sua escalada contra Israel, assenta na base jurídica existente relacionada com o apoio de Teerão à invasão russa da Ucrânia e visa apaziguar as tensões e evitar uma escalada regional do conflito, de acordo com Bruxelas.

No que toca à Ucrânia, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE vão discutir os recentes pedidos do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que os aliados reforcem o envio de sistemas antiaéreos para o país se proteger dos ataques russos.

Kiev tem pedido a estes aliados, nomeadamente à UE, apoio semelhante ao que tem sido dado a Israel, depois de os Estados Unidos, em coordenação com a França e o Reino Unido, terem repelido o recente ataque com cerca de 300 'drones' e mísseis iranianos.

A reunião de hoje no Luxemburgo decorre no auge do debate sobre o reforço do apoio à Ucrânia contra ataques russos às suas cidades e infraestruturas críticas.

Neste encontro, os governantes vão ainda debater a iniciativa checa que visa mobilizar fundos para a aquisição de munições de artilharia para a Ucrânia fora da UE, quando, de acordo com os últimos dados, já foram adquiridas 200 mil munições e estão em curso negociações para a aquisição de mais 300 mil projéteis, com um prazo de entrega no início de junho.

A participar por videoconferência estarão os ministros ucranianos dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e da Defesa, Rustem Umerov.

Portugal estará representado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e pela secretária de Estado da Defesa Nacional, Ana Isabel Xavier.

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