25 jun, 2012
O primeiro-ministro reafirmou esta segunda-feira, no Parlamento, que fará o que for necessário para cumprir o programa de ajustamento acordado com a "troika", um dia depois de o Presidente da República ter dito que não há margem para pedir mais austeridade a quem já contribuiu para reduzir o défice.
Passos Coelho não deixa de lado a hipótese de haver medidas de austeridade adicionais para fazer o reequilíbrio das contas, mas reitera que “ainda é cedo” para falar nisso.
Numa alusão à quebra na receita fiscal e ao facto de a subida do desemprego ter superado as estimativas orçamentais, Passos Coelho reconheceu esta segunda-feira que há riscos no processo de ajustamento orçamental, mas frisou que o “Governo exercerá os seus poderes em plenitude para tomar todas as medidas que forem necessárias para garantir o nosso processo de convergência e de ajustamento".
A receita do Estado com o aumento do IVA para 23% no início do ano ficou aquém do esperado e a quebra do total arrecadado em impostos torna complicado o cumprimento da meta de 4,5% do défice no final de 2012.
A pergunta que se coloca agora é para onde vai o Governo apontar as medidas para conseguir alcançar este objectivo, quando mesmo Cavaco Silva, numa visita a Castro Daire este domingo, considerou muito difícil haver mais medidas de austeridade, a não ser que novos sacrifícios sejam pedidos apenas a quem foi poupado até agora.
Passos Coelho falava na Assembleia da República no debate da moção de censura interposta pelo PCP, após o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, ter exigido um esclarecimento sobre se o Executivo vai tomar mais medidas de austeridade caso falhe o objectivo do défice constante no programa de assistência económica e financeira.