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Carta vai, carta vem. PS insiste na recusa da discussão da reforma do Estado

01 nov, 2013 • Matilde Torres Pereira

As cartas enviadas pela maioria ao maior partido da oposição a convidar ao debate sobre a reforma do Estado receberam (quase) sempre resposta negativa.

Carta vai, carta vem. PS insiste na recusa da discussão da reforma do Estado

As trocas de cartas entre o PSD e o PS não param e nas últimas 24 horas já seguiram quatro. O debate do Orçamento esta sexta-feira no Parlamento acabou contaminado com essas cartas e contra cartas entre PSD e PS sobre a reforma do Estado.

O Partido Socialista recusa qualquer debate numa comissão parlamentar especializada e afirma que prefere debater esse assunto no próprio Parlamento, facto que nada agradou ao PSD.

O vice-presidente e porta-voz do PSD, Marco António Costa, enviou na quinta-feira uma carta ao secretário-geral do PS, António José Seguro, renovando o convite para um encontro entre os dois partidos. O PS recusou o convite por considerar tratar-se de "mais uma encenação para distrair as atenções dos portugueses" em vésperas de debate orçamental, respondeu o deputado Miguel Laranjeiro.

O romance epistolar entre bancadas não começou agora e já vários episódios. Alguns exemplos: em Maio deste ano, o convite foi lançado pelo ministro-adjunto, Miguel Poiares Maduro. Foi dos poucos com resposta positiva.

O PS respondeu na altura estar disponível para dialogar com o Governo sobre uma estratégia de crescimento para o país. No entanto, as missivas azedaram desde então.

Em Julho, o dirigente do PSD Jorge Moreira da Silva enviou uma carta ao dirigente do PS Alberto Martins propondo a continuação do diálogo com vista a um acordo de médio prazo, já depois de o acordo para um "compromisso nacional" ter fracassado. A resposta dos socialistas foi negativa.

Há menos tempo, em Setembro, a maioria enviou mais uma carta ao PS, para agendar uma reunião para discutir as pensões dos juízes e políticos. A resposta foi mais dramática - o anúncio de um pedido de revogação do regime especial do Constitucional.

Agora, o PS fecha mais uma vez a porta às negociações, dizendo, pela voz do deputado José Junqueiro, que o guião da reforma do Estado não é mais que um “embuste”.