Tocados por Mandela

05 dez, 2013

Líder histórico da luta contra o apartheid morreu esta quinta-feira, aos 95 anos. Várias líderes políticos já reagiram à morte de Madiba, como era carinhosamente tratado pelos sul-africanos.

Tocados por Mandela
Mal se espalhou a notícia da morte de Nelson Mandela, muitos sul-africanos saíram à rua, dançando e cantando em memória do homem que mudou o curso da história na África do Sul. Também por por todo o mundo, sucedem-se as condolências e palavras de homenagem, do presidente dos Estados Unidos ao primeiro-ministro britânico, passando pelo secretário-geral da ONU, pela directora do FMI ou pelo presidente da Comissão Europeia.

O actual presidente sul-africano dirigiu-se esta quinta-feira ao país, mas falou para o mundo inteiro. "A África do Sul perdeu o maior dos seus filhos", afirmou Jacob Zuma numa curta declaração televisiva para anunciar a morte de Nelson Mandela.

"Compatriotas sul-africanos, Nelson Mandela uniu-nos e é juntos que nos vamos despedir dele. O nosso amado Madiba terá um funeral de estado. Ordenei que todas as bandeiras da República da África do Sul fiquem a meia haste a partir de sexta e até ao dia do funeral, para prestarmos os nossos sentimentos. Vamos conduzir-nos com a dignidade e respeito que Madiba personificava. Lembremo-nos dos seus desejos e os da sua família", disse Jacob Zuma.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que falou pouco depois do anúncio da morte de Mandela, referiu que o antigo presidente sul-africano foi "um dos melhores e mais influentes seres humanos, que sempre lutou pelo seu ideal, que transformou a África do Sul e todos nós".

Obama acrescenta que o Mandela "foi um exemplo em que toda a humanidade se deve inspirar". O presidente dos Estados Unidos afirmou que também se sentiu inspirado por Mandela. "Não concebo a minha vida sem a influência e o exemplo de Madiba. Vou continuar a tentar seguir o seu exemplo." 

Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que se "extinguiu uma grande luz", referindo-se ao falecimento do antigo presidente Mandela, e adiantou que a bandeira na sua residência oficial será colocada a meia-haste.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, elogiou Nelson Mandela como "um gigante pela justiça" que inspirou movimentos de libertação no mundo inteiro. "Muitos no mundo inteiro foram influenciados pela sua luta altruísta pela dignidade, igualdade e liberdade humana. Ele tocou as nossas vidas de uma forma muito pessoal."

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou que Nelson Mandela é "uma das maiores figuras políticas dos nossos tempos", manifestando-se de luto pela morte de um estadista que conheceu pessoalmente. Num comunicado conjunto com o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, José Manuel Durão Barroso considerou que esta quinta-feira "é um dia muito triste não só para a África do Sul, mas também para toda a comunidade internacional".

O presidente da Comissão Europeia conheceu Mandela "muito antes" de o líder sul-africano ter sido eleito presidente, em 1994, tendo mantido com ele uma "relação muito próxima", disse à Lusa fonte do gabinete de Durão Barroso. "Estamos de luto pela morte de uma das maiores figuras políticas dos nossos tempos", lê-se ainda no comunicado dos dois líderes europeus, que destaca Mandela como representante da "justiça, liberdade e respeito pelos direitos humanos". O líder histórico da luta contra o apartheid "ensinou-nos a todos uma grande lição de reconciliação, transição política e transformação social", dizem ainda.

A directora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, declarou-se "profundamente entristecida" pelo falecimento de Nelson Mandela, em comunicado divulgado pela instituição. Lagarde expressou as suas condolências à família e ao povo da África do Sul, "cujas vidas e destino ele transformou através do seu serviço ao
seu país". No texto, Lagarde afirmou que "Mandela foi um líder corajoso e visionário que habilitou o seu país a confrontar o seu passado e inspirou o seu povo a resolver um extraordinário conjunto de desafios".

Madiba, nome pelo qual Mandela era carinhosamente tratado pelos sul-africanos, morreu esta quinta-feira depois de meses doente, primeiro no hospital e depois em casa, onde faleceu.



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