"Se tomam 80% das decisões de compra", porque não há mais mulheres dirigentes?

08 mar, 2013

A questão é colocada pela secretária de Estado da Igualdade neste Dia Internacional da Mulher. No Parlamento, o Bloco de Esquerda leva a votação subsídio de maternidade a 100% para os 150 dias de licença.

O número de mulheres em cargos dirigentes continua a ser muito reduzido em Portugal, algo que a secretária de Estado da Igualdade, Teresa Morais, considera uma afronta.

“Se as mulheres são responsáveis por 80% das decisões de compra, de bens e de serviços, então que pensem em utilizar esse poder da melhor maneira, para tornarem sensível às empresas privadas que, de facto, este não é um comportamento aceitável, numa altura em que, pela Europa fora, os números são bastante mais favoráveis do que os nossos”, contesta Teresa Morais na Renascença.

Apenas 6% dos membros das administrações das 20 maiores empresas nacionais cotadas em Bolsa são mulheres. Portugal está 7,7 pontos abaixo da média europeia, que em 2011 contabilizava 13,7% de mulheres em cargos de liderança empresarial.


Subsídio de maternidade a 100% para 150 dias
O Parlamento vota esta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, várias iniciativas no sentido de reforçar os direitos das mulheres, entre as quais as do Bloco de Esquerda, que quer uma licença paga por inteiro durante cinco meses.

“Apresentamos uma iniciativa legislativa no sentido de criar um mês de usufruto obrigatório para os pais e, ao mesmo tempo, consideramos que os 150 dias hoje consagrados na lei na licença de parentalidade devem ser pagos a 100% e não haver a discriminação que hoje ocorre entre os 120 dias a 100% e os 150 a 80%”, afirma a deputada Cecília Honório.

Além disso, o Bloco quer bonificar “em 10% o subsídio de desemprego e o subsídio social de desemprego para as famílias monoparentais”.

“Quero recordar que a esmagadora maioria destas famílias é constituída por mulheres, únicas titulares de rendimentos. Estamos convencidos de que quem defendeu o visto familiar, nomeadamente o CDS que, em tempos, queria tanto implementar o controlo destas políticas e das consequências sobre as famílias, vai aceitar estas iniciativas legislativas, que visam preservar a qualidade da vida familiar e reduzir o impacto da crise no contexto em que vivemos”, adianta Cecília Honório.