07 dez, 2013
O Presidente da República garante que a posição de Portugal relativamente ao pedido de libertação de Nelson Mandela, nas Nações Unidas, em 1987, "foi sempre clara, do princípio ao fim", e que apenas foi recusada a luta armada.
"Penso que o nosso embaixador seguiu aquilo que era a prática portuguesa, que era recusar a luta armada, tendo presentes os 400 mil portugueses que estavam na África do Sul, a guerra civil em Angola, a guerra civil em Moçambique e o que seria incendiar de guerras toda a África Austral", disse este sábado Cavaco Silva aos jornalistas, durante uma visita a Viseu.
O Presidente da República criticou aqueles que "falam de cátedra, mas nunca conheceram Nelson Mandela” e rematou: "Penso que alguns nunca mexeram uma palha para tentar mudar a situação na África do Sul".
Segundo Cavaco Silva, Portugal apenas recusou a luta armada, e não mais do que isso, sendo o resto "manobras políticas internas", que lamenta.
Lembrou que Portugal aderiu à União Europeia em 1986 e foi ele que participou em todos os Conselhos Europeus até 1995 e não "esses que agora falam".
"Participei pelo menos numa dezena de conselhos europeus em que se discutiu a situação na África do Sul e o apelo para a libertação de Mandela e outros presos políticos. E a posição de Portugal foi sempre clara, do princípio ao fim. Nós exigimos a libertação dos presos políticos, queremos o fim do 'apartheid', mas não queremos a luta armada", contou.
Cavaco Silva vai representar Portugal no funeral de Nelson Mandela e aguarda apenas a autorização da Assembleia da República para se poder deslocar à África do Sul. "Irei com muito gosto", sublinhou, nestas declarações aos jornalistas, em Viseu.
[notícia actualizada às 17h45]