Mau tempo faz mais de 40 desalojados no distrito do Porto
04 jan, 2014
Porto, Viseu e Coimbra são os distritos mais afectados pelos ventos e chuva fortes. Há muitas habitações sem telhado, quedas de árvores e de postes de energia eléctrica. O tempo deve melhorar durante a tarde.
O mau tempo que se faz sentir este sábado provocou mais de 40 desalojados no concelho de Paredes (distrito do Porto) e muitos danos materiais em casas, fábricas e estradas.
“Temos bastantes habitações destruídas, quer nos telhados quer nas janelas, 20 ou 30 automóveis destruídos, uma fábrica destruída e outra parcialmente destruída”, relata à Renascença o comandante dos bombeiros voluntários, Pedro Alves.
“Há muitas habitações com telhados levantados”, acrescenta, dizendo ainda que as famílias desalojadas pertencem a Vilela, Duas Igrejas e Lordelo. As autoridades estão agora a tentar encontrar locais para as colocar.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil regista ocorrências em, sobretudo, três distritos: Viseu, Coimbra e Porto.
“Têm sido particularmente afectados por ventos fortes, que têm causado por quedas e árvores e estruturas, como postes de energia eléctrica”, refere o comandante Pedro Araújo.
Todo o território está sob aviso amarelo, devido ao vento e à chuva forte, bem como à queda de neve e granizo.
No distrito de Portalegre, há registo de 11 quedas de árvores em vários concelhos, uma pequena inundação de via e um deslizamento de um muro.
Rio Douro desce na Régua mas alerta mantém-se
O caudal do rio Douro desceu cerca de um metro abaixo do cais da Régua durante a noite, mas a Protecção Civil mantém-se alerta devido à chuva que tem caído e que pode provocar um novo aumento das águas.
"Estamos neste momento com um cenário de cheia muito menos preocupante, se bem que, como choveu muito durante a noite estamos em alerta amarelo hidrológico", afirmou à agência Lusa Manuel Saraiva, responsável pela Protecção Civil Municipal de Peso da Régua.
Durante a manhã de sexta-feira o caudal do rio Douro galgou o cais fluvial da Régua, obrigando à retirada dos bens dos dois estabelecimentos comerciais ali instalados, uma loja de artesanato e um bar, ambos construídos em leito de cheia.
Esta noite, o nível das águas baixou "cerca de um metro abaixo" do cais, mas, segundo Manuel Saraiva, a situação "será monitorizada e avaliada nas próximas 24 horas", até para ver se as albufeiras das barragens terão capacidade de encaixe do caudal do Douro.
Para atingir a principal avenida do Peso da Régua, a João Franco, o rio teria que subir "cerca de 12 metros" acima do cais fluvial, o que não ocorre há alguns anos.
Quinze crianças retiradas de instituição devido à subida das águas
A subida das águas, na sexta-feira, nos terrenos em redor da Obra do Frei Gil, na Praia de Mira, distrito de Coimbra, obrigou à retirada de 15 crianças da instituição, refere à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).
Os residentes “foram acolhidos temporariamente” na Casa Sagrada Família, uma unidade de alojamento e colónia de férias, junto à Barrinha de Mira.
A retirada e realojamento dos menores foi uma medida de precaução, refere a mesma fonte, por decisão da Protecção Civil Municipal de Mira, tendo em conta que, devido à chuva, o nível das águas da Barrinha continuava a subir.
[Notícia actualizada às 12h43 com subida do número de desalojados]